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Polícia aguarda depoimento de testemunha que viu Jéssica Leite ser morta

Nome é mantido em sigilo para não interferir nas investigações do assassinato da estudante de comunicação

Na tentativa de encontrar pistas que levam ao suspeito do assassino da jovem Jéssica Leite César, 20 anos, a Polícia Civil ouviu, nesta quinta-feira (16/6), uma testemunha mantida em sigilo que presenciou toda a cena. Ela está ajudando na identificação do autor. Os investigadores também querem saber a rotina dela, o trajeto que costumava fazer para ir à faculdade e qual era o comportamento adotado pela estudante do 5; semestre de jornalismo. A mãe da universitária, Mônica Leite dos Santos, 46, e o tio da menina Anderson Leite dos Santos, 38, também prestaram depoimento na tarde de ontem na 17; Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte). O delegado que investiga o caso, Flávio Messina, ressaltou que o principal mistério a ser desvendado é o motivo de Jéssica ter parado na praça onde o crime ocorreu.

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Mãe e tio saíram da delegacia com a mochila que a jovem usava quando morreu com uma facada no peito, por volta das 16h30 de terça-feira. Segundo ocorrência registrada no dia do crime, policiais encontraram na bolsa uma balança de precisão, um microsselo e vários chips de celulares. Na noite de quarta-feira, Messina acrescentou que uma pequena quantidade de maconha e LSD também estava lá. O material continua apreendido. A polícia quer saber se os pertences eram de Jéssica ou se podem ter sido colocados na bolsa dela, já que o depoimento de uma testemunha indica que a mochila estava aberta próximo a um banco da praça. Depois, alguém a entregou no endereço em que a vítima morava com a mãe e o irmão de 14 anos. A ocorrência confirma que os policiais recuperaram a bolsa marrom no local.

[SAIBAMAIS]Na tarde de ontem, o tio da jovem conversou com o Correio. Abalado, ele revelou que, quando chegou ao local do crime com a mãe de Jéssica, por volta das 18h de terça-feira, a mochila já não estava mais lá. ;Alguém pegou e tentou entregar na casa dela, mas não tinha ninguém. Então, deixaram com a vizinha. Como que uma pessoa morre esfaqueada e a mochila sai de lá? Isso não poderia ter acontecido porque é prova do crime. Quem trouxe essa bolsa?;, questionou.

Anderson revelou que nunca soube do envolvimento da sobrinha com entorpecentes. Segundo ele, a jovem saiu de casa mais cedo para fazer um trabalho na universidade ; versão confirmada por uma professora. ;Em relação a amizades, eu não sei. Amigo, a gente tem muito na rua, mas nunca se sabe se são bons ou ruins. Não importa se ela tinha alguma relação errada. Não justifica. O que interessa é achar quem a matou. A polícia precisa ir atrás das outras coisas para descobrir isso.;

Alerta
Anderson contou que a irmã soube da morte da filha quando estava a caminho da universidade. Ela faz ciências contábeis em uma faculdade de Taguatinga e teria duas provas na noite de terça-feira. Quando recebeu a ligação que informava do acontecido com a filha, se deslocou até o trabalho do gerente de ótica para que fossem juntos ao local repassado. ;Inicialmente, ela achou que fosse trote. Agora, que o caso sirva de alerta para que os pais e as mães saibam onde os filhos andam. E que não usem celular na rua. Como pode matar uma menina por causa de celular?;, destacou. Ele revelou ainda que a irmã está tomando remédios.

O titular da 17; DP, Flávio Messina, afirmou que o depoimento da mãe trouxe informações relevantes sobre alguns pontos que a polícia ainda tinha dúvidas. ;A gente a ouviu para saber se a vítima tinha algum inimigo, algum namorado. O que ela falou de mais importante foi que a Jéssica fazia aquele trajeto para ir à aula e que filha falou que ia sair antes de casa porque apresentaria um trabalho;, explicou. Segundo o delegado, durante a conversa, a mãe disse que não sabia do envolvimento da filha com drogas. O investigador também afirmou que amigos serão ouvidos nos próximos dias. ;A gente está quase lá. Estamos em busca de uma testemunha que a gente acredita que viu (o crime acontecer);, concluiu Messina.