A audiência de conciliação que prometia acabar com a greve dos metroviários terminou em impasse. Mediado por um juiz do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10; Região, o encontro teve início por volta das 10h e durou até as 14h20. O ponto crítico da discussão foi a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Os representantes da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) alegam não poder conceder o aumento de 9,5% nem contratar funcionários, pois o GDF está no limite dos gastos. Os sindicalistas dizem que não querem um reajuste imediato. A categoria está disposta a esperar um futuro relaxamento nas contas do Executivo local para repor as perdas inflacionárias.
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Sem um meio-termo, o fim do movimento, seja pelas pautas atendidas, seja por força de decisão da Justiça, está nas mãos do tribunal. Agora, o Sindmetrô terá até a próxima segunda-feira para apresentar uma defesa da greve ao TRT. Depois disso, os advogados da empresa terão 48 horas para apresentar justificativas para acabar com a paralisação. O ato seguinte será uma decisão do juiz sobre o dissídio coletivo.
O diretor de Administração da Metrô-DF, Gustavo Andrade, avalia que o pleito dos funcionários é legítimo, mas ;estéril;. Ele explica que, da mesma forma que o governo não pode conceder o aumento agora, não pode prometê-lo para o futuro, sob risco de não conseguir cumprir o acordo. ;Eles falam que não apresentamos propostas, mas oferecem uma pauta financeira. É sabido que a LRF proíbe o aumento. O mesmo para a admissão de funcionários. Precisamos, mas não podemos contratar. Uma coisa é o que demandamos e achamos legítimo, outra é o que podemos ou não fazer a respeito. O pleito é de direito, mas inoportuno. Lamentavelmente, quem paga é o cidadão;, explica.
Sobre a flexibilização dos pagamentos, Gustavo disse que não pode repetir o erro de ;gestões anteriores;. ;Seria uma repetição de um procedimento irresponsável do passado. Não posso prometer algo que não posso pagar. E, se critico um procedimento que tenha levado ao endividamento irresponsável do Estado, também não posso contribuir para que isso se repita. Estou frustrado;, lamentou. ;A greve é uma prerrogativa deles (dos metroviários). É um processo democrático. E, acima de tudo, está o cidadão, que paga o imposto, que merece ser tratado de forma digna nos nossos trens;, conclui.
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