Diariamente, elas trabalham para deixar as ruas de Brasília mais bonitas. Na noite desta sexta-feira (17/6), no entanto, foi a beleza delas que esteve em foco. Trinta varredoras de rua do DF disputaram o título de Miss Gari 2016, em cerimônia realizada no Centro Cultural do Taguaparque, em Taguatinga.
A vencedora foi Vera Araújo, de 33 anos, que ganhará um fim de semana com acompanhante em Caldas Novas. ;Ainda não caiu a ficha. Minha mão está gelada;, afirmou. ;Eu decidi participar pela experiência. Não vim para ganhar nem perder, vim para competir. Mas ganhar é bom, né?;, completou a Miss, ainda emocionada pela vitória.
Desde o início da noite, a família de Vera era a mais animada. Os 15 familiares que estivaram presentes levaram três faixas de apoio à gari. ;Hoje a bagunça vai ser grande;, brincou a irmã Ana Paula de Araújo. Namorado da Miss, Wal Neto contou que pensou em pedi-la em casamento durante a cerimônia. Porém, desistiu da ideia, com medo de que ela ficasse envergonhada. ;Mas o pedido vai sair. Ganhando ou perdendo vai ter casamento;, afirmou antes de saber o resultado do concurso.
A febre, o frio e o nervosismo
Antes do início da premiação, no camarim do evento as candidatas ao título de Miss Gari não conseguiam conter o nervosismo. Márcia Damascena relatou que, tensa, teve febre ao longo do dia. Já Maria Rita de Almeida, de 54 anos - que levou o título de Miss Simpatia - disse ter sentido como se seu estômago estivesse ;cheio de pedras de gelo;. Alheia a toda essa preocupação, Ana Lúcia Santana afirmou que só pelos amigos que fez, a experiência valeu a pena.
Esta foi a segunda edição do Miss Gari. A premiação nasceu no ano passado, idealizada pela fiscal do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) Maria de Fátima Dias. Segundo ela, o objetivo do evento é acabar com o preconceito sofrido pelas varredoras de rua. Antes de chegarem à grande final desta sexta, as trinta mulheres participaram de ensaios e ganharam um dia de beleza em um salão de Vicente Pires.
O número de inscritas mais do que dobrou em relação ao ano passado, quando 13 garis se inscreveram. Não há uma pré-seleção. Todas as mulheres que manifestaram interesse, tiveram a oportunidade de disputar a coroa.
No ano que vem, o concurso deve ganhar uma nova edição. E, ao menos, uma candidata já está garantida. Raimunda Gomes trabalhava varrendo as ruas do Taguaparque durante a premiação e, por isso, não pôde acompanhar a cerimônia. Mas em 2017, ela sonha em estar do lado de dentro. Talvez até com a coroa na cabeça. ;Quem sabe;;.