O clima de guerra entre motoristas do Uber e taxistas voltou a esquentar em frente á Câmara Legislativa do Distrito Federal. O Batalhão de Choque da Polícia Militar foi acionado e as vias de acesso à Casa foram fechadas. Oito viaturas e o carro blindado fazem o reforço da segurança no local. As categorias aguardam o inicio da votação do projeto de lei de autoria do Executivo que regulamenta o transporte de pessoas por meio do aplicativos.
A presidente da Casa, Celina Leão, deu início á sessão no plenário ás 16h, mas, em seguida, decidiu pela suspensão da votação por 10 minutos, em decorrência da entrada de três substitutivos, de última hora, no projeto de lei. O período foi aproveitado por deputados para discutir os termos e formular o texto. Parte dos manifestantes acompanham a votação nas galerias do plenário. O restante aguarda os resultados do lado de fora da Casa, por transmissão de um telão montado perto da concentração do protesto.
Um carro de som utilizado pelas duas categorias chegou ao local para dar avisos. Representantes dos grupos pediram paz entre as partes, o que acabou acrirando os ânimos. Motoristas do Uber aplaudiam a ação, enquanto taxistas vaiavam. Cerca de 400 pessoas aguardam a retomada da sessão. A proposta, de autoria do Executivo local, tramita em regime de urgência desde novembro do ano passado.
O deputado Ricardo Valle (PT) defende que a proposta que tramita na Câmara Legislativa não seja aprovada nesta terça-feira (21/6). Segundo ele, o texto apenas contempla a empresa norte-americana Uber e não pensa no futuro dos taxistas. ;A empresa foi inteligente, apenas abriu um aplicativo e convocou motoristas as custas de pagar 20% das viagens. Certamente, a empresa (Uber) não convocou taxistas pelo fato de saber que a categoria não iria aceitar pagar esse valor (20%). Temos que pensar no futuro daqueles que ja trabalham há muito tempo com transporte de passageiros, que são os taxistas;, afirma. ;Não podemos aprovar esse texto hoje. A minha defesa é que ele seja discutido com mais atenção, beneficiar apenas o uso de aplicativos, assim os taxistas poderiam usar também. O modo de hoje o início beneficiado é a empresa (Uber), completa o parlamentar.
A iniciativa do governo libera o sistema de aplicativo, mas proíbe o Uber-X, a versão mais popular e barata do serviço. O projeto de lei recebeu 51 emendas e substitutivos, que serão analisados em plenário. Não há consenso, mas a tendência é de que pelo menos o serviço de carros executivos seja liberado. Até o momento oito deputados se mostraram favoráveis á regulação do projeto, mas serão necessários 13 votos para que seja aprovado.
Com informações de Aghata Gonzag.