Jornal Correio Braziliense

Cidades

Assassino de Louise Ribeiro reservou o laboratório onde cometeu o crime

Uma professora e uma aluna confirmaram o fato durante a audiência de instrução do crime na Vara do tribunal do Júri de Brasília

A audiência de instrução do caso Louise começou por volta de 14h20 desta quarta-feira (22/6), na Vara do tribunal do Júri de Brasília. No Procedimento, a Justiça ouvirá Vinícius Neres, assassino confesso da estudante de biologia Louise Maria da Silva Ribeiro, além de testemunhas. Ele matou a jovem asfixiada com clorofórmio em um laboratório da Universidade de Brasília (UnB) em 10 de março desse ano, após ela rejeitar um romance entre os dois.
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De acordo uma professora de Ciências Biológicas da UnB, orientadora de Vinícius em um projeto de extensão, que testemunhou na audiência, dias antes do crime, o assassino confesso solicitou a sala onde aconteceu o crime para um experimento, e disse que precisaria tampar as janelas. Ela recomendou que ele avisasse os colegas e autorizou o procedimento. Ela contou, ainda, que o jovem afirmou que na sexta, dia seguinte à morte de Louise, não iria às aulas, pois estaria em uma ;audiência judicial.

Vinícius atraiu Louise ao laboratório da faculdade de Biologia após muita insistência, dizendo que iria se suicidar. No local, eles discutiram, ela o abraçou na tentativa de consolá-lo e, neste momento, o assassino imobilizou a vítima, usou clorofórmio para deixá-la inconsciente e despejou o resto do produto com um funil, na garganta de Louise. Na sequência, levou o corpo da jovem, em um carrinho de metal do laboratório até o carro dela, e abandonou o cadáver em um terreno baldio, após atear fogo nele.

A professora foi a segunda testemunha a ser ouvida, e contou, ainda, que no fim de 2015, Louise e o rapaz costumavam a ir à aula juntos e que pareciam um casal apaixonado. A estudante frequentou o curso de extensão de agosto a dezembro, mas, parou de ir, enquanto o réu deu continuidade ao projeto.

A primeira pessoa a ser ouvida foi o policial que interrogou Vinícius na manhã seguinte ao assassinato. Segundo ele, o jovem o levou ao corpo de Louise e, em seguida, ao local onde estavam os pertences da vítima. Ele disse ao juiz, ainda, que, em momento nenhum, o assassino ofereceu resistência. O jovem, segundo a testemunha, disse que pensou em se suicidar, mas não teve coragem.

Ainda segundo o policial, ele encontrou o corpo de Louise carbonizado na face e na região pélvica, vestida apenas com parte das roupas íntimas, amarrada com arame nas pernas e uma algema de plástico nas mãos. Vinícius, no entanto, não explicou ao policial porque a vítima estava naquelas condições. As roupas da jovem nunca foram encontradas. O depoimento da testemunha terminou por volta de 15h.
Confirmações e farsas

Uma amiga de Louise que também foi convocada para depor confirmou a versão da professora. Disse, ainda, que Vinícius avisou que o experimento era fotossensível e que ninguém deveria abrir a porta. Em seguida, o pai de Louise, o militar Ronald Ribeiro, depôs. Ele disse que o réu foi à sua casa apenas uma vez e que só soube do relacionamento da filha com ele após o crime. Disse ainda que a mulher não estava em condições emocionais de comparecer ao procedimento.

O pai de Louise também lembrou que Vinícius mandou diversas mensagens do celular da jovem se passando pela vítima, e que ele desconfiou, principalmente, porque a pessoa do outro lado do celular ;escrevia de forma errada;. O modo de escrever e o fato de, nas mensagens, supostamente, a jovem dizer que não teria hora para chegar em casa o motivou a procurar a polícia ainda na noite do assassinato.

Ronald Ribeiro contou, ainda, que Vinícius chegou a ligar para ele para dizer que não estaria com Louise na noite em que a matou. O depoimento do assassino confesso da universitária será o próximo.
Na sua vez de depor, Vinícius neres disse que namorou Louise de 10 de 1bril de 2015 a 14 de janeiro deste ano, e que ficou muito abalado quando ela terminou o namoro. Contou, também, que insistiu para que reatassem, mas ela não quis. Lembrou que teve pensamentos suicidas antes de se relacionar com a jovem, que esses pensamentos sumiram enquanto estiveram juntos e que voltaram após o rompimento, decidiu que se mataria usando clorofórmio.

Ainda segundo Vinícius, ele chegou a estudar os efeitos do produto no corpo humano. Ele voltou a insistir que não planejava matá-la, mas se suicidar.
Aguarde mais informações.