Cidades

Produtores rurais reduzem em até 40% o uso de água

Mesmo assim, agricultores esperam a chuva o mais rápido possível

Nathália Cardim
postado em 25/06/2016 06:03

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A falta de chuvas começa a revelar prejuízos no setor do agronegócio brasiliense. A situação afeta a produção de alimentos em várias regiões e causa alta nos preços de diversos produtos. O maior medo é com as áreas de grandes culturas, como grãos, que precisam de uma grande quantidade de água. A única saída encontrada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater) foi conscientizar os produtores rurais sobre o uso consciente e planejado dos recursos hídricos, principalmente na região de Planaltina e do Paranoá.

Segundo o gerente do escritório da Emater no núcleo rural Programa de Assentamento Dirigido (PAD-DF), Marconi Borges, a empresa traçou uma estratégia para isso. ;Os técnicos trabalham desde março, quando percebemos que a chuva não chegaria. A nossa tarefa é sensibilizar os produtores e dividir proporcionalmente as águas provenientes dos córregos próximos dessas regiões;, explicou. ;Fizemos um cálculo de acordo com a necessidade de cada plantação e um corte proporcional com a disponibilidade que tínhamos. Em média, conseguimos diminuir de 30% a 40% a área cultivada. Outros agricultores reduziram o consumo de água para que não falte o recurso para ninguém;, acrescentou Marconi.

O gerente do PAD-DF disse que o trabalho é desenvolvido com cerca de 45 produtores, cujas propriedades são banhadas pelos rios Jardim, Lamarão, São Gonçalo e Extrema, entre outros ; todos localizados na área leste do DF, onde estão as principais comunidades produtoras de alimentos da capital.

;A proposta está sendo bem aceita pelos agricultores. A única forma de diminuir o problema é com a união. O modelo beneficia a todos. Caso não houvesse o corte proporcional, isso significaria um prejuízo de quase 100% para os produtores que ficam em áreas abaixo dos mananciais. O objetivo dessa distribuição é que todos tenham água ao longo do rio;, afirmou. Marconi lembrou que a média de chuva para a época nessa região é de 1,3 mil milímetros. Entretanto, este ano, não chegou a 900 milímetros e, em algumas áreas, foi pouco mais de 600 milímetros.

Plantio

Para auxiliar o trabalho, a Emater conta com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa) e da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), que desenvolveram uma pesquisa de monitoramento que equaciona as chuvas e a vazão dos rios. Os dados são usados pela empresa para subsidiar a proposta de otimização dos recursos hídricos.

O diretor de Infraestrutura Rural e Serviços da Seagri, José Voltaire Brito Peixoto, comentou que as instituições querem a mitigação dos efeitos. ;O intuito é facilitar a situação para os agricultores. Essa é uma ação imediata. Para uma solução a médio prazo, trabalhamos em conjunto a fim de validar a proposta da Adasa de ter, na região, um tanque pulmão para armazenamento da água necessária ao ciclo de cultura da irrigação;, explicou.

Engenheiro agrônomo e produtor de soja e milho no Paranoá, Rodrigo Werlang, 37 anos, confirma que a falta de chuva prejudicou muito a produção de grãos da safra. ;No plantio de verão, perdemos mais de 30% da colheita de soja. Se não voltar a chover logo, o nosso prejuízo vai ser bem maior e pode chegar a 70%. Temos que economizar água e nos conscientizar;, concluiu.

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