Ele se tornou quase essencial. Usado por alguns para trabalho, por outros, para entretenimento. Quando cai a internet ou o serviço é suspenso, surge um desespero. O aplicativo de conversas on-line WhatsApp é mais do que um meio de contato com amigos e familiares e dominou a atenção dos usuários. Se esse fascínio, em determinados momentos, atrapalha os adultos, na das crianças e adolescentes, esse impacto pode ser ainda mais forte. Se não houver controle, tanto em casa como no ambiente escolar, o instrumento de comunicação pode virar um problema: de acesso a conteúdos inadequados e brincadeiras excessivas, incluindo o cyberbullying, à violência praticada contra alguém por meio da internet.
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[SAIBAMAIS]Na última pesquisa divulgada pela TIC Kids Online Brasil, 15% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos afirmaram ter sido tratados de forma ofensiva por alguma pessoa na internet. Entre os entrevistados de 11 a 17 anos, 10% relataram que alguém utilizou informações pessoais de forma que os desagradou, enquanto 21% declararam ter recebido mensagens de ódio contra grupos de pessoas (veja o quadro). Para piorar a questão, esse tipo de bullying é cometido, na maioria das vezes, de maneira coletiva. O jovem cria um grupo dentro do aplicativo, insere os amigos e amigas com quem quer dividir a conversa e começa o papo. Também é dada uma foto à comunidade virtual. Quase sempre com o tema da ;zoação;.
Bullying cibernético
Em uma escola no Guará, alguns alunos entre 12 e 14 anos montaram um grupo para ;brincar; com um colega ; que não estava entre os participantes. O garoto falou algo engraçado durante uma aula e o professor perguntou que nota ele achava que merecia. O jovem respondeu: ;Eu mereço a nota que você acha que eu mereço;. Foi motivo de risada na sala e base para a criação de um meme ; termo utilizado na internet referindo-se ao fenômeno de viralização de uma informação, ou seja, quaisquer vídeos, imagens, frases, ideias, músicas etc. que se espalhem entre vários usuários rapidamente, alcançando muita popularidade.
;Temos outros grupos. De estudo, de dever de casa. O principal é para sacanear, mas é uma brincadeira. Se incomodar, a gente para;, diz um dos participantes. Ele admite que os professores brigam quando a distração ocorre dentro da sala, mas que a garotada não se importa muito com as chamadas. Um dos grupos recentes foi criado para ;homenagear; uma professora considerada muito bonita pelos alunos. ;A orientação é que não use na escola, mas eles criam grupos o tempo todo. Tudo é motivo para usar o aplicativo;, revela a orientadora educacional da unidade, Karina Isabel de Araújo.
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