Otávio Augusto
postado em 27/06/2016 11:01
Hollenbach Júnior, 46 anos, respondeu às dezenas de comentários em uma rede social. O médico mandou o recado a quem debatia sobre o gesto altruísta do pai dele, o sargento Sílvio Delmar Hollenbach, que, em 27 de agosto de 1977, se jogou no recinto das ariranhas para salvar um garoto de 13 anos. O militar acabou morto três dias depois, aos 33 anos, em função das infecções provocadas pelas mais de 100 mordidas.
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A história voltou ao noticiário na sexta-feira (24/6), após a revelação de que o menino salvo é Adilson Florêncio da Costa, preso pela Polícia Federal sob a acusação de integrar esquema que desviou R$ 90 milhões da Postalis e da Petros, fundos de pensão dos Correios e da Petrobras.
O médico que carrega o nome do pai herói decidiu se manifestar no sábado (25), em entrevista ao Correio. Depois, em uma página no Facebook dedicada a histórias de Brasília. Ele fez questão de destacar o orgulho nutrido pelo pai. ;Independentemente de ter sido o Adilson, de quem fosse, o pai faria a mesma coisa. Independentemente de quem fosse e independentemente do que viesse acontecer depois, ele agiria assim;, ressaltou Sílvio Júnior.
O garoto salvo das ariranhas tornou-se importante interlocutor político. Apadrinhado de caciques do PMDB, Adilson, 52 anos, chegou à direção financeira do Postalis. Após aprovar o investimento do Postalis de quase R$ 90 milhões em debêntures do falido grupo Galileo Educacional ; instituição mantenedora da Universidade Gama Filho (UGF) e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), ambas no Rio de Janeiro ;, tornou-se alvo de investigação.
O negócio ocorreu em abril de 2011. Até 2012, Adilson comandou o fundo de pensão. Ao deixar o cargo, ganhou emprego no conselho administrativo do grupo educacional. No ano seguinte, ele foi multado por má gestão no Postalis. Em 2014, a administração de Adilson novamente se tornou alvo de investigação, desta vez na Operação Lava-Jato.
A casa de Adilson no Lago Sul, um dos metros quadrados mais caros da capital federal, foi alvo de polêmica durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, no ano passado. O imóvel foi comprado pelo valor de R$ 1,1 milhão do ex-presidente do Postalis, Alexei Predtechensky. ;Foi dentro dos valores de mercado, apesar de ele ser meu amigo;, argumentou Adilson na Câmara dos Deputados. Em 2006, chegou a depor na CPI dos Correios para explicar um investimento de R$ 20 milhões do Postalis em bancos mineiros.
Adilson nunca comentou o fato de ter sido salvo pelo sargento. Tampouco quis conhecer a família Hollenbach. Nas últimas quatro décadas, sempre que questionado sobre o assunto, manteve o silêncio ou mandou dizer que não falaria sobre o assunto.
Heroína
Os gaúchos Sílvio Delmar Hollenbach e Eni Teresinha tinham quatro filhos, à época, com idades entre 1 e 7 anos. A família presenciou toda a situação quando visitava o Zoológico, em 1977. Semanas depois, Eni Teresinha decidiu voltar a Porto Alegre, para refazer a vida com as crianças. Hoje, com 72 anos e morando em Brasília novamente, ela não gosta de recordar o episódio.
Mas o filho mais velho, Sílvio Júnior, ressalta que a mãe também pode ser considerada uma ;heroína;, por ter criado os quatro filhos sozinha. Paulo Henrique, 44 anos, é analista de sistemas no Banco Regional de Brasília (BRB). Bárbara Cristine, 42, é advogada em Porto Alegre. Débora Cristina, 39, dá aulas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Em homenagem ao sargento, o zoo passou a se chamar oficialmente Jardim Zoológico Sílvio Delmar Hollenbach. Além disso, o gesto de coragem ficou eternizado com a construção de um busto de bronze com o rosto do militar.
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A história voltou ao noticiário na sexta-feira (24/6), após a revelação de que o menino salvo é Adilson Florêncio da Costa, preso pela Polícia Federal sob a acusação de integrar esquema que desviou R$ 90 milhões da Postalis e da Petros, fundos de pensão dos Correios e da Petrobras.
O médico que carrega o nome do pai herói decidiu se manifestar no sábado (25), em entrevista ao Correio. Depois, em uma página no Facebook dedicada a histórias de Brasília. Ele fez questão de destacar o orgulho nutrido pelo pai. ;Independentemente de ter sido o Adilson, de quem fosse, o pai faria a mesma coisa. Independentemente de quem fosse e independentemente do que viesse acontecer depois, ele agiria assim;, ressaltou Sílvio Júnior.
O garoto salvo das ariranhas tornou-se importante interlocutor político. Apadrinhado de caciques do PMDB, Adilson, 52 anos, chegou à direção financeira do Postalis. Após aprovar o investimento do Postalis de quase R$ 90 milhões em debêntures do falido grupo Galileo Educacional ; instituição mantenedora da Universidade Gama Filho (UGF) e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), ambas no Rio de Janeiro ;, tornou-se alvo de investigação.
O negócio ocorreu em abril de 2011. Até 2012, Adilson comandou o fundo de pensão. Ao deixar o cargo, ganhou emprego no conselho administrativo do grupo educacional. No ano seguinte, ele foi multado por má gestão no Postalis. Em 2014, a administração de Adilson novamente se tornou alvo de investigação, desta vez na Operação Lava-Jato.
A casa de Adilson no Lago Sul, um dos metros quadrados mais caros da capital federal, foi alvo de polêmica durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, no ano passado. O imóvel foi comprado pelo valor de R$ 1,1 milhão do ex-presidente do Postalis, Alexei Predtechensky. ;Foi dentro dos valores de mercado, apesar de ele ser meu amigo;, argumentou Adilson na Câmara dos Deputados. Em 2006, chegou a depor na CPI dos Correios para explicar um investimento de R$ 20 milhões do Postalis em bancos mineiros.
Adilson nunca comentou o fato de ter sido salvo pelo sargento. Tampouco quis conhecer a família Hollenbach. Nas últimas quatro décadas, sempre que questionado sobre o assunto, manteve o silêncio ou mandou dizer que não falaria sobre o assunto.
Heroína
Os gaúchos Sílvio Delmar Hollenbach e Eni Teresinha tinham quatro filhos, à época, com idades entre 1 e 7 anos. A família presenciou toda a situação quando visitava o Zoológico, em 1977. Semanas depois, Eni Teresinha decidiu voltar a Porto Alegre, para refazer a vida com as crianças. Hoje, com 72 anos e morando em Brasília novamente, ela não gosta de recordar o episódio.
Mas o filho mais velho, Sílvio Júnior, ressalta que a mãe também pode ser considerada uma ;heroína;, por ter criado os quatro filhos sozinha. Paulo Henrique, 44 anos, é analista de sistemas no Banco Regional de Brasília (BRB). Bárbara Cristine, 42, é advogada em Porto Alegre. Débora Cristina, 39, dá aulas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Em homenagem ao sargento, o zoo passou a se chamar oficialmente Jardim Zoológico Sílvio Delmar Hollenbach. Além disso, o gesto de coragem ficou eternizado com a construção de um busto de bronze com o rosto do militar.