postado em 27/06/2016 12:08
O Conselho Universitário da Universidade de Brasília (Consuni) emitiu um parecer em repúdio às manifestações homofóbicas em 17 de junho, no campus Darcy Ribeiro, no Instituto Central de Ciências (ICC) . O grupo se manifestou contra a ação em reunião do colegiado nesta sexta-feira (24/6). No início da reunião, a decana de Assuntos Comunitários, Thér;se Hofmann, apresentou aos conselheiros proposta de nota de repúdio à violência na UnB.
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O Consuni é o órgão deliberativo máximo da instituição. Segundo a nota, ;A Universidade de Brasília, por meio de seu Conselho Universitário, vem a público manifestar seu repúdio às agressões de um grupo, composto de pessoas estranhas ao corpo da Universidade, que, na noite do dia 17 de junho, entrou no Instituto Central de Ciências gritando insultos e palavras de ordem racistas e homofóbicas contra a comunidade acadêmica da UnB. Além dos xingamentos e impropérios proferidos, o grupo agrediu vários estudantes, em clara demonstração de intolerância;, afirmaram.
O documento afirma que, na Universidade de Brasília, não há lugar para manifestações discriminatórias. O texto foi elaborado por comissão da comunidade acadêmica. Representantes docentes, discentes e técnicos-administrativos fizeram observações ao conteúdo, sugerindo modificações para que o tom de severidade contra os ataques não fosse abrandado. Diretora do Instituto de Geociências, Márcia Abrahão recomendou que a nota reiterasse o caráter premeditado do ato. A professora pediu que haja oferta de acompanhamento psicológico aos estudantes agredidos no ato.
Para o diretor da Faculdade de Tecnologia, Antônio César Brasil, o acontecimento representou mais que ofensas racistas e homofóbicas. ;Foi um ataque ao nosso modelo de universidade livre e sem muros, ao nosso ambiente mais humano e colaborativo;, avaliou. O docente se disse preocupado com a chance de repetição desses atos, mas pediu que a comunidade acadêmica esteja pronta para defender a diversidade de pensamento.
Representantes de servidores técnico-administrativos cobraram ações práticas da administração, propondo inclusive reforço orçamentário à Diretoria de Diversidade (DIV/DAC), para que o combate à intolerância seja amplamente pautado na comunidade acadêmica. Caio Oliveira, do Diretório Central dos Estudantes, também se manifestou. ;O que aconteceu foi um absurdo. A liberdade de expressão jamais pode ser usada como pretexto para ações violentas;, afirmou.
Em resposta ao fato, a reitoria já solicitou reforço na segurança do campus e também tem contado com apoio da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. A administração também tem cooperado para o andamento das investigações junto aos órgãos competentes.
Confira, na íntegra, a nota emitida pelo Consuni:
"Nota sobre os episódios de intolerância ocorridos no Minhocão-UnB no dia 17 de julho
A Universidade de Brasília, por meio de seu Conselho Universitário, vem a público manifestar seu repúdio às agressões de um grupo, composto de pessoas estranhas ao corpo da Universidade, que, na noite do dia 17 de junho, entrou no Instituto Central de Ciências gritando insultos e palavras de ordem racistas e homofóbicas contra a comunidade acadêmica da UnB. Além dos xingamentos e impropérios proferidos, o grupo agrediu vários estudantes, em clara demonstração de intolerância em uma ação premeditada e, segundo relatos, com porte de armas. Tais atitudes são incompatíveis com o espírito de pluralidade e respeito às diferenças que caracterizam o convívio universitário.
A UnB nasceu sob o signo do ideário de uma universidade democrática, livre e vibrante, no qual não há lugar para manifestações de cunho excludente e discriminatório, em tom violento e fascista.
Lugar da diversidade e da produção de conhecimento, nossa Universidade tem entre os seus princípios o compromisso com a paz e com a defesa dos direitos humanos, e sempre se caracterizou por adotar medidas e decisões de vanguarda, seja na dimensão acadêmica, seja na seara dos valores e dos grandes debates nacionais.
Ao tempo em que esperamos que os órgãos de segurança apurem eventuais responsabilidades pelos excessos cometidos, identificando e punindo os envolvidos, expressamos nossa confiança de que a Universidade, por meio de seus milhares de alunos e servidores, docentes e técnicos, será capaz de levar adiante, sem medo e sem recuos, sua vocação de continuar sendo espaço estratégico vital de construção da cidadania e da democracia.
É bom lembrar que o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos de 1966, do qual o Brasil é signatário, dispõe ser proibida ;qualquer apologia de ódio nacional, racial ou religioso, que constitua incitamento à discriminação, à hostilidade ou à violência;. Nesse sentido, todo ato de incitação ao ódio e à violência será energicamente combatido pela comunidade acadêmica da UnB, venha ele de onde vier, virtualmente ou em particular, se praticado dentro dos espaços livres da própria Universidade."
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O Consuni é o órgão deliberativo máximo da instituição. Segundo a nota, ;A Universidade de Brasília, por meio de seu Conselho Universitário, vem a público manifestar seu repúdio às agressões de um grupo, composto de pessoas estranhas ao corpo da Universidade, que, na noite do dia 17 de junho, entrou no Instituto Central de Ciências gritando insultos e palavras de ordem racistas e homofóbicas contra a comunidade acadêmica da UnB. Além dos xingamentos e impropérios proferidos, o grupo agrediu vários estudantes, em clara demonstração de intolerância;, afirmaram.
O documento afirma que, na Universidade de Brasília, não há lugar para manifestações discriminatórias. O texto foi elaborado por comissão da comunidade acadêmica. Representantes docentes, discentes e técnicos-administrativos fizeram observações ao conteúdo, sugerindo modificações para que o tom de severidade contra os ataques não fosse abrandado. Diretora do Instituto de Geociências, Márcia Abrahão recomendou que a nota reiterasse o caráter premeditado do ato. A professora pediu que haja oferta de acompanhamento psicológico aos estudantes agredidos no ato.
Para o diretor da Faculdade de Tecnologia, Antônio César Brasil, o acontecimento representou mais que ofensas racistas e homofóbicas. ;Foi um ataque ao nosso modelo de universidade livre e sem muros, ao nosso ambiente mais humano e colaborativo;, avaliou. O docente se disse preocupado com a chance de repetição desses atos, mas pediu que a comunidade acadêmica esteja pronta para defender a diversidade de pensamento.
Representantes de servidores técnico-administrativos cobraram ações práticas da administração, propondo inclusive reforço orçamentário à Diretoria de Diversidade (DIV/DAC), para que o combate à intolerância seja amplamente pautado na comunidade acadêmica. Caio Oliveira, do Diretório Central dos Estudantes, também se manifestou. ;O que aconteceu foi um absurdo. A liberdade de expressão jamais pode ser usada como pretexto para ações violentas;, afirmou.
Em resposta ao fato, a reitoria já solicitou reforço na segurança do campus e também tem contado com apoio da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. A administração também tem cooperado para o andamento das investigações junto aos órgãos competentes.
Confira, na íntegra, a nota emitida pelo Consuni:
"Nota sobre os episódios de intolerância ocorridos no Minhocão-UnB no dia 17 de julho
A Universidade de Brasília, por meio de seu Conselho Universitário, vem a público manifestar seu repúdio às agressões de um grupo, composto de pessoas estranhas ao corpo da Universidade, que, na noite do dia 17 de junho, entrou no Instituto Central de Ciências gritando insultos e palavras de ordem racistas e homofóbicas contra a comunidade acadêmica da UnB. Além dos xingamentos e impropérios proferidos, o grupo agrediu vários estudantes, em clara demonstração de intolerância em uma ação premeditada e, segundo relatos, com porte de armas. Tais atitudes são incompatíveis com o espírito de pluralidade e respeito às diferenças que caracterizam o convívio universitário.
A UnB nasceu sob o signo do ideário de uma universidade democrática, livre e vibrante, no qual não há lugar para manifestações de cunho excludente e discriminatório, em tom violento e fascista.
Lugar da diversidade e da produção de conhecimento, nossa Universidade tem entre os seus princípios o compromisso com a paz e com a defesa dos direitos humanos, e sempre se caracterizou por adotar medidas e decisões de vanguarda, seja na dimensão acadêmica, seja na seara dos valores e dos grandes debates nacionais.
Ao tempo em que esperamos que os órgãos de segurança apurem eventuais responsabilidades pelos excessos cometidos, identificando e punindo os envolvidos, expressamos nossa confiança de que a Universidade, por meio de seus milhares de alunos e servidores, docentes e técnicos, será capaz de levar adiante, sem medo e sem recuos, sua vocação de continuar sendo espaço estratégico vital de construção da cidadania e da democracia.
É bom lembrar que o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos de 1966, do qual o Brasil é signatário, dispõe ser proibida ;qualquer apologia de ódio nacional, racial ou religioso, que constitua incitamento à discriminação, à hostilidade ou à violência;. Nesse sentido, todo ato de incitação ao ódio e à violência será energicamente combatido pela comunidade acadêmica da UnB, venha ele de onde vier, virtualmente ou em particular, se praticado dentro dos espaços livres da própria Universidade."
Com informações da Secretaria de Comunicação da Universidade de Brasília.