Após o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) contestar a inversão das avenidas Comercial e Samdu Norte, em Taguatinga, a Câmara Legislativa entrou na história para discutir com a comunidade os prós e os contras da alteração nas pistas. Desde que a mudança entrou em prática, série de reclamações recaem sobre a decisão. Um abaixo-assinado de 3.342 moradores foi entregue ao MPDFT. Além disso, pelo menos 50% dos comerciantes locais não aprovam a estratégia, segundo a Associação Comercial de Taguatinga.
Foram décadas de discussão entre a população e o governo até ocorrer a intervenção, em 3 de junho. Desde então, as avenidas receberam adaptações para ganharem sentido único. A Samdu virou via de acesso a Taguacenter/Avenida Hélio Prates e a Comercial, a Centro/Elmo Serejo. Dessa forma, a Samdu deve ser utilizada para quem quiser se deslocar para o norte de Taguatinga, e a Comercial, por quem deseja ir para o sul da cidade. Na teoria, parece simples. Na prática, tem causado transtorno para motoristas e pedestres. Na manhã da última segunda-feira, o Correio flagrou um veículo seguindo na contramão pela Avenida Comercial.
A polêmica fez com que a Câmara Legislativa organizasse uma audiência pública com representantes de moradores, da associação comercial e da Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística (Prourb). O encontro ocorreu na última segunda-feira, às 19h, no Teatro Paulo Autran, no Sesc de Taguatinga, com a participação de 250 pessoas. Segundo a promotoria, um relatório será enviado à Câmara Legislativa para reavaliar os benefícios e prejuízos da inversão. A conclusão é de que a quantidade de pessoas insatisfeitas é significante e há necessidade de ponderar se a inversão funciona de fato.
Comércio
De acordo com a Associação Comercial de Taguatinga, as duas avenidas abrigam cerca de 1 mil comerciantes, e o debate sobre a inversão se mostra equilibrado. Segundo o presidente da entidade, Justo Magalhães Morais, uma lista de sugestões, com pedidos de adaptação e ajustes de sinalização, foi entregue ao GDF. ;Os comerciantes têm se dividido. Não existe unanimidade, mas o pior tem sido, realmente, para os funcionários dos comércios. Ficou ruim para pegar ônibus, nisso está tendo muita reclamação mesmo;, diz. Entre as reivindicações da categoria, incluiu-se a revisão das linhas de ônibus.
Edson José Júnior, 50, tem há dois anos uma sorveteria na Avenida Samdu. E percebe a queda no movimento do comércio por causa da inversão. Ele recebia na loja os alunos de uma faculdade, mas, como esses alunos precisam pegar o ônibus na Avenida Comercial, não frequentam mais o local. ;Aquela venda de água, picolé, uma coisinha aqui e ali, não tem mais. Quem está do outro lado da pista não atravessa só para vir aqui;, lamenta.
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