postado em 04/07/2016 21:37
Diretores do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Distrito Federal (Sindágua/DF) rebatem que estejam descumprindo uma decisão da Justiça, de manter distância dos portões dos parques industriais da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb). Em decisão deste domingo (3/7), o juiz Urgel Ribeiro Pereira Lopes do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10; Região determinou que a categoria mantivesse a distância mínima de 200 metros das entradas das unidades. Nesta segunda-feira (4/7), a empresa de água apresentou documentos denunciando que os sindicalistas estariam descumprindo a ordem. Em razão da denuncia apresentada, o juiz determinou, que oficiais de justiça compareçam aos locais de acesso e emitam novo parecer descritivo do cenário encontrado, informando inclusive se houve atendimento à distância mínima de 200 metros, para que seja realizado o cálculo de eventual multa a ser paga pelo sindicato. O sindicato rebate a informação. "Estamos cumprindo a decisão, tanto que não houve nenhum prejuízo de abastecimento ocasionado pelo movimento", garante o diretor do Sindágua, Igor Pontes.
Os servidores da Caesb estão em greve há 54 dias. A categoria reivindica a reposição da inflação nos salários, que é de 9,83%. "Queremos que as perseguições também terminem. Muitos trabalhadores vem sendo vítimas, respondendo por processos administrativos pelo fato da empresa (Caesb) não respeitar os trabalhadores e movimentos", acusa Pontes.
Atualmente a Caesb conta com 2,4 mil trabalhadores. O sindicato garante que mantém o percentual de 30% de serviço durante o movimento grevista. "Recebemos a ordem judicial e não descumprimos. Tanto que até o momento não houve ilegalidade da greve, apenas essa decisão de distância, que vemos como uma perda de direito de greve. Essa distância inviabiliza o contato com os outros colegas. Vemos como absurda a decisão, mas mesmo discordando estamos cumprindo", apontou o presidente do sindicato.
A Caesb informou que, na última sexta-feira (1/7), foi apresentada uma proposta de 4% de reajuste sobre salários e benefícios, porém essa foi recusada pelos trabalhadores. "A nova proposta foi tirada a partir de uma reunião do presidente da Caesb, Maurício Luduvice, com deputados distritais e federal, e com o governador Rodrigo Rollemberg", detalhou nota enviada pela assessoria de comunicação do órgão.