postado em 08/07/2016 09:32
Representantes da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e do sindicato que representa a categoria não entraram em acordo durante a audiência de conciliação na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 10; Região (TRT10). A empresa aceitou ajuizar um novo dissídio coletivo para que a Justiça resolva a situação, desde que a greve acabe de forma imediata. Por outro lado, os trabalhadores suspenderam o atual dissídio para que o fim da paralisação seja decidido na assembleia da próxima terça-feira. Uma nova reunião no TRT está marcada para 14 de julho.
Enquanto isso, os moradores da capital seguem sendo afetados. Serviços como ligações de água e de esgotos estão em atraso, operações para tratamento de água e de esgotos continuam executadas no limite, com riscos de acidentes e prejuízo ao meio ambiente. Até mesmo o serviço de corte de água por atraso nos pagamentos está suspenso. São cerca de 10,5 mil ordens fora do prazo de atendimento. O sindicato é informado por meio de ofícios, enquanto a Justiça também recebe notificações, e ocorrências policiais, quando necessárias, são registradas.
[SAIBAMAIS]Na verdade, existem cinco boletins de ocorrência sobre atos de sabotagem no abastecimento de água de escolas e centenas de residências do DF desde que teve início a greve. O Sindágua nega envolvimento com os casos. O diretor de relações do sindicato da categoria (Sindágua), Pedro Cerqueira Medeiros, disse que existe uma tentativa de ;criminalizar; o movimento grevista. ;Mesmo com a greve, trabalhamos com 30% dos funcionários para atender as demandas emergenciais e serviços essenciais das estações. Em muitos lugares o efetivo de trabalhadores não é reduzido e continua funcionando 100%. O setor de tratamento e distribuição de água e o de tratamento de esgoto seguem com os trabalhos normalmente;, afirmou.
Mas a paralisação já afetou o meio ambiente. Na terça-feira, um vazamento de lodo da estação de tratamento de esgoto da Caesb atingiu o Lago Paranoá. O material poluente fluiu por meia hora e a empresa informou que não sabe a quantidade que chegou ao lago. A companhia atribui o incidente à situação de limite em que estão sendo executado os serviços. A empresa divulgará os danos causados após análise de coleta do material.
Reivindicações
A greve dos servidores da Caesb completou 53 dias. O Sindágua reivindica 19% de reajuste, redução da carga horária de oito para seis horas ; sem redução de salários ; e pagamento de supostas pendências da data-base anterior. Posteriormente, passaram a pedir reajuste de 9,83%. A empresa propôs reajuste de 2,5% sobre salários e benefícios e em seguida acrescentou à proposta o pagamento de abono no valor de R$ 3,8 milhões a todos os empregados. Recentemente, por solicitação de parlamentares em reunião com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), a Caesb aumentou a proposta de reajuste para 4%, porém, sem o pagamento do abono.