Cidades

Queda nas estatísticas de imunização em crianças no DF alerta autoridades

Movimentos contra a aplicação das doses vêm crescendo na capital, com justificativas que vão da ineficácia até questões religiosas

Otávio Augusto
postado em 10/07/2016 08:10
Os pais levaram Mariana, 10 anos, para receber a dose contra o HPV, a febre amarela e a tríplice viral: segurança na saúde em primeiro lugar

O que levaria pais a não vacinarem os filhos? Quais são os riscos e as reações que podem acontecer? Esses e outros questionamentos levam famílias a deixarem crianças distantes das salas de imunização. Na capital federal, a cobertura das principais proteções para crianças de até 1 ano teve queda entre 2014 e o ano passado. Os índices chegam a uma abrangência 9,18% menor, como no caso da pneumocócica ; contra meningite, pneumonia, otite média aguda, sinusite e bacteremia. O decréscimo nas estatísticas coloca em alerta autoridades de saúde, especialistas e pais. Se o cenário se agravar, doenças erradicadas podem voltar a fazer vítimas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) é categórica: a vacinação é a segunda maior conquista da saúde pública. Fica atrás somente do consumo de água potável. A entidade estima que 3 milhões de mortes são evitadas por ano. Entretanto, movimentos antivacinas se ancoram nas possíveis reações colaterais, na ;eficácia não comprovada; e na suposta imposição da indústria farmacêutica, entre outros argumentos, para não darem as doses. O ativismo tem encorpado no DF. São grupos em redes sociais e em aplicativos de mensagens de celular que disseminam informações contrárias às prerrogativas do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Entre terça e sexta-feira, a reportagem conversou com 11 mães que não vacinam os filhos. Professoras, policiais militares, donas de casa, servidoras públicas, advogadas ; cidadãs comuns, enfim ; dizem abertamente que são contrárias à imunização. Poucas aceitam revelar a identidade, uma vez que podem sofrer sanções do Conselho Tutelar, caso não cumpram o calendário básico. Há a possibilidade até de perderem a guarda dos filhos, em situações extremas. Todas se sustentam em publicações científicas independentes ; algumas internacionais ; para embasarem o discurso.

A empresária Márcia, 51, aceitou conversar com o Correio, com a condição de não ter a imagem e o nome completo revelados. Ela é mãe de três filhos com idades entre 5 e 12 anos. ;Na minha segunda gravidez, decidi que não iria vaciná-lo. Fui muito criticada. Já teve enfermeira que disse que sou louca. Acredito que a alimentação e a vida equilibradas são capazes de promover a saúde. Se introjetamos muitas vacinas, o sistema imunológico emburrece;, acredita a moradora de Águas Claras, afirmando que ;muitos desses componentes não foram estudados profundamente; e que a filha não vai tomar a vacina contra o papilomavírus humano (HPV). As três cadernetas possuem imunizações em atraso de até três anos.

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