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Polícia Federal não encontra indícios de terrorismo e liberta paquistanês

Desde então, familiares e amigos não têm notícias dele. A esposa desmente a versão dada pelo próprio homem a delegado da 6ª DP e diz que ele nunca falou sobre bombas



O paquistanês reside no Brasil há dois anos, quase o mesmo tempo de casamento. Desde que recebeu a liberação, familiares e amigos não têm noção do paradeiro dele. Dois dias antes de ser detido, o homem teria comprado dois chips de celular. ;Ele disse que estava sendo perseguido pela PF. Quando veio aqui, me pareceu bem transtornado. A situação foi estranha. Rashad nunca deu nenhum indício de problemas ou relação com terrorismo;, contou o ex-patrão dele, Ivo Costa, 38 anos, dono de uma oficina em Samambaia. Segundo o empresário, o homem pediu desligamento em maio, alegando que voltaria para o país de origem. Rashad compareceu no estabelecimento para pegar uma encomenda na quinta-feira. ;Estamos surpresos com isso. Ele sempre pareceu tão calmo;, detalhou Ivo.

Segundo a esposa, ele estava com uma viagem agendada na última quinta-feira para São Paulo, de onde seguiria para o Paquistão. ;Ele tinha chegado há menos de um dia da capital paulista. Foi lá buscar uma mercadoria no aeroporto. Estava com a intenção de mexer com revenda de aparelhos odontológicos, mas não conseguiu trazer os produtos. Quando o vi, percebi que estava transtornado. Na quarta-feira, dormi na casa da minha patroa. Na quinta, alertei sobre os horários e ele perdeu o voo;, detalhou Antônia, companheira de Rashad. Com isso, a viagem acabou remarcada para ontem. A partida para o país natal seria hoje, do Aeroporto Internacional de Guarulhos. ;Percebi que ele estava conturbado; por isso, fiquei com medo de ir em casa. Como ele já ia viajar, acionei a PM, mas em nenhum momento ele ameaçou me matar;, disse a esposa.