Cidades

Greve de terceirizados da limpeza em hospitais públicos afeta usuários

Cerca de 2,5 mil terceirizados da limpeza cruzam os braços por falta de pagamento, e acompanhante de paciente precisa limpar dependências do Hmib. Governo diz que dinheiro sai nesta semana

postado em 13/07/2016 06:08
Funcionários fazem manifestação: possibilidade de que o setor de educação também faça parte do movimento
Lixo jogado no chão, banheiros insalubres, piso dos quartos e dos corredores sujo. Servidores e pacientes denunciam o estado dos hospitais regionais de Taguatinga, Ceilândia, Brazlândia, Samambaia e, principalmente, o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). No último, todos os terceirizados da limpeza cruzarem os braços desde a última segunda-feira, atendendo apenas leitos da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). São cerca de 2,5 mil trabalhadores de hospitais, postos de saúde, Unidades de Pronto Atendimento (UPA); e até de escolas públicas, paralisados à espera do pagamento do salário de junho e de benefícios de julho, todos atrasados. O governo garante que o pagamento será feito nesta semana.

Os trabalhadores prejudicados são pagos por cinco empresas diferentes: Ipanema, Dinâmica e Apecê, na área da saúde; e Juiz de Fora e G Eventos e Serviços, no setor da educação. Serviços de vigilância também estão desfalcados por conta da falta de pagamento. Segundo a Secretaria de Saúde, o governo está em contato com as corporações desde a última semana, na tentativa de evitar a paralisação. Em nota, a pasta afirmou que descontingenciou R$ 11 milhões e solicitou o aporte de mais R$ 22 milhões, destinados ao pagamento dos valores referentes às notas de dois meses de serviço.

O Correio tentou contato com as empresas, mas apenas a Apecê retornou as ligações. De acordo com eles, assim que o repasse por parte do governo for feito, os servidores receberão os atrasados. Para quem espera, no entanto, qualquer dia a mais sem salário e sem vale-alimentação é um sofrimento. Maria Betânia Menezes da Silva, 42 anos, mora em Planaltina de Goiás com um filho de 12 anos e trabalha no setor de clínica cirúrgica do Hmib. ;Está tudo atrasado em casa. Água, luz, aluguel. Tenho que rebolar para conseguir as coisas, passagem, comida, necessidades do meu filho, ou seja, estou sem condições mesmo;, lamenta a funcionária.

;Podre;
Sofrem o trabalhador e a população. Maria Betânia e outros 200 servidores do Hmib interromperam as atividades. Quem se incomodou com a sujeira teve que limpar. Caso da operadora de telemarketing Laissa Felipe de Faria, 22. Ela estava com filha de 2 anos internada desde o fim de junho por conta de uma pneumonia. As duas foram liberadas ontem. ;Ainda bem que teve alta. Está podre lá dentro. As lixeiras estão transbordando e, hoje (ontem), não aguentamos e passamos um pano no chão. O hospital já é ruim limpo; imagine sujo;, relatou.

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