Cidades

Greve de funcionários da Caesb chega a 59 dias sem avanço nas negociações

Partes se reúnem em audiência no TRT nesta quinta. Se não chegarem a um consenso, a Justiça terá que julgar a legalidade da greve

postado em 13/07/2016 17:10
Representantes do Sindágua disseram à reportagem do Correio que pedirão ao TRT para julgar o dissídio coletivo, isto é, apenas as cláusulas econômicas do impasse. Porém, o uso dispositivo específico depende da concordância das partes e os defensores da companhia já foram contra anteriormente
A greve dos funcionários da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) completa 59 dias nesta quarta 13/7). O movimento, o mais longo da categoria, pode chegar ao fim durante a audiência de conciliação entre os representantes da empresa e os diretores do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do DF (Sindágua). O encontro acontecerá no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10; Região às 10h desta quinta-feira (14/7).

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Se as partes não entrarem em acordo, o próximo passo será o julgamento da legalidade do movimento. Ainda há outra alternativa. Representantes do Sindágua disseram à reportagem do Correio que pedirão ao TRT para julgar o dissídio coletivo, isto é, apenas as cláusulas econômicas do impasse. A Caesb oferece reajuste de 4% e os trabalhadores pedem o equivalente à inflação, 9%. Porém, o uso dispositivo específico depende da concordância das partes e os defensores da companhia já foram contra anteriormente.

Em vias de completar dois meses, a greve segue com intransigências de ambos os lados. Em momento nenhum, a Caesb mudou a proposta. Os grevistas, que inicialmente pediam um reajuste de 19% baixaram a margem para 9%, mas deram constantes sinais de radicalização do movimento, atrapalhando ou impedindo, inclusive, a entrada de caminhões com produtos químicos em estações de tratamento e em empresas terceirizadas no Setor de Indústria e Abastecimento (Sia).

O presidente da companhia, Maurício Ludovice explica que, em outubro último, os funcionários da empresa tiveram reajuste salarial de 16%. Além disso, ele destaca, entre 2004 e 2016, a evolução salarial dos funcionários foi de 330%, contra a evolução de arrecadação da empresa de 205% e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, de 109,2%. ;Os números mostram que a empresa aumenta a participação da folha de pagamento na receita acima da inflação. Mas estamos em um momento de crise;, destacou.

;A Caesb tem um pacote de benefícios que somam aos salários que é muito generoso. A empresa não suporta, no entanto, pagar um aumento maior que 4%. De 2004, para 2014, a empresa pegou empréstimo de capital de giro anualmente para cobrir a folha de pagamento. No ano passado, com austeridade, conseguimos não ir a banco. Tem apenas um ano e meio que voltamos a investir nas nossas obras. Não estou dizendo que não mereçam reajuste, mas que a empresa não suporta esse valor;, afirmou o presidente.

Um dos diretores do Sindágua, Igor Pontes acredita na saída do dissídio econômico, caso a empresa e o sindicato não entrem em acordo amanhã. Ele destaca que O sindicato mudou as pautas e espera uma nova proposta da Caesb. ;Estamos pedindo a inflação, que não haja corte de ponto e nem perseguição a trabalhadores. Consideramos a proposta da empresa insuficiente, pois não houve mudança em relação a última vez que conversamos;, rebateu.

Pontes rebateu os argumentos financeiros apresentados pela direção da empresa. ;A Caesb não está tendo perda de receita. Cresceu 16% no ano passado e a previsão é de 10% esse ano. Além disso, a tarifa de água foi aumentada em 11%. Nunca vimos uma diretoria tão intransigente. Não há diálogo estabelecido. Eles tentam manipular dados e não dão a mínima para o trabalhador;, acusou.

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