Cidades

GDF aposta em construções pontuais a fim de formar um currículo político

São previstas 56 edificações, acompanhadas de perto pelos gestores de cada área, mas somente 12 estão concluídas após um ano do anúncio de projeto

Helena Mader
postado em 14/07/2016 06:03

Urbanização de regiões como Sol Nascente, Pôr do Sol, Buritizinho e Vicente Pires

Sem recursos para inaugurações grandiosas, o GDF aposta em empreendimentos estratégicos a fim de construir uma vitrine política. Em julho do ano passado, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou o Plano de Obras de Brasília, que previa investimentos de R$ 5 bilhões para 56 edificações. Um ano depois, 12 foram concluídas, 25 estão em andamento, três passam por processo de licitação e 16 não foram sequer licitadas. Entre as obras prioritárias que devem ser concluídas até 2018, estão o trevo de triagem norte e a ligação entre o Torto e o Colorado, iniciadas semana passada, além da urbanização de áreas como Sol Nascente, Buritizinho e Vicente Pires. Para este ano, estão previstas as entregas do novo bloco do Hospital da Criança e do aterro sanitário de Samambaia. Entretanto, empreendimentos prometidos durante a campanha, como a expansão do metrô, dificilmente sairão do papel por falta de recursos.

A pedido do Correio, o GDF realizou um levantamento que mostra o andamento das 56 obras anunciadas por Rollemberg há um ano. Desde então, o governo entregou 12 construções, como os novos viadutos de Águas Claras, a recuperação de 177km de vias urbanas, a nova pista de caminhada do Parque da Cidade, a ampliação do Centro de Detenção Provisória e da Penitenciária Feminina, além do reservatório de água do Setor Noroeste. Seis empreendimentos da lista são unidades habitacionais do Programa Morar Bem, em cidades como Riacho Fundo II, Samambaia, Santa Maria e Paranoá. A maioria dos projetos de moradia havia começado na gestão passada e concluída desde o início de 2015.

Para tentar acelerar as outras obras do plano, o governo acompanha o andamento das construções com monitoramento semanal de boa parte dos empreendimentos. O trabalho é centralizado na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão, por meio de um sistema que inclui fotos das obras, para que os gestores saibam o estágio dos projetos. A secretária da pasta, Leany Lemos, explica que, além da falta de recursos, muitas obras esbarravam em problemas como falta de licença ambiental e alvará. ;Com o acompanhamento sistemático, principalmente das obras prioritárias, conseguimos mobilizar todas as áreas do governo a fim de retirar alguns dos entraves; comenta Leany.

No caso do novo bloco do Hospital da Criança, por exemplo, a Central de Aprovação de Projetos do governo demorou a liberar o alvará de construção, por conta de adequações exigidas. ;Conseguimos resolver essa pendência, e a construção começou em fevereiro. Será uma obra importantíssima para a saúde do DF. Hoje, transplantes de medula em crianças só podem ser feitos em São Paulo;, diz.

Para Rodrigo Rollemberg, as obras de urbanização de áreas irregulares serão o cartão de visita da atual gestão. A implantação de drenagem, saneamento e asfalto de regiões como Sol Nascente, Pôr do Sol, Buritizinho e Vicente Pires é o grande trunfo do governador. No último caso, os investimentos devem superar R$ 500 milhões. Em dois trechos do Sol Nascente, os valores previstos somam R$ 124 milhões, mas, até agora, só 3% das obras foram executadas. A conclusão é esperada para o ano que vem. ;Estudos mostram que os investimentos em infraestrutura reduzem em 80% os gastos públicos com saúde;, comenta Leany Lemos.

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