Cidades

Audiência entre Caesb e Sindágua termina sem acordo; greve completa 2 meses

O processo judicial da greve será encaminhado ao Ministério Público do Trabalho e, após o parecer de um promotor, voltará para o TRT para que magistrados julguem a legalidade do movimento

Luiz Calcagno
postado em 14/07/2016 11:38
Terminou sem acordo a audiência de conciliação entre a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e os diretores do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do DF (Sindágua). O encontro aconteceu no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10; Região. O processo será encaminhado para o Ministério Público do Trabalho e, após o parecer de um promotor, voltará para o TRT, para que um colegiado de magistrados julguem a legalidade do movimento.

Leia mais notícias em Cidades

Enquanto isso, funcionários da empresa seguirão de braços cruzados. Apesar das tentativas de negociação de ambos os lados, nem a categoria nem a presidência da empresa conseguiram oferecer uma proposta que pusesse fim à greve, que já prejudica milhares de brasilienses. Os representantes do Sindágua pediram, inicialmente, reajuste de 19%,, mas baixaram o aumento para 9%, com a condição de não haver corte de ponto ou perseguição aos trabalhadores. O diretor da Caesb, Maurício Ludovice, argumenta, no entanto, que a autarquia não tem condições de arcar com a despesa.

A Caesb também mudou o tom do discurso durante as negociações. Inicialmente, ofereceu 2,5% de reajuste. Depois, passou para $% e outros 9% no vale alimentação. Lembrando que a companhia já havia concedido outros 16% de aumento para os funcionários em outubro de 2015. Em entrevista ao correio nesta quarta, Ludovice comentou a evolução salarial da categoria e a arrecadação da empresa de 2004 a 2016.

De acordo com o diretor, no período, a evolução salarial dos funcionários foi de 330%, contra a evolução de arrecadação da empresa de 205% e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, de 109,2%. ;Os números mostram que a empresa aumenta a participação da folha de pagamento na receita acima da inflação. Mas estamos em um momento de crise;, destacou.

;A Caesb tem um pacote de benefícios que somam aos salários que é muito generoso. A empresa não suporta, no entanto, pagar um aumento maior que 4%. De 2004, para 2014, a empresa pegou empréstimo de capital de giro anualmente para cobrir a folha de pagamento. No ano passado, com austeridade, conseguimos não ir a banco. Tem apenas um ano e meio que voltamos a investir nas nossas obras. Não estou dizendo que não mereçam reajuste, mas que a empresa não suporta esse valor;, afirmou o presidente.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação