Cidades

Canabidiol medicinal doado a 18 pacientes é barrado pela Receita

Substância derivada da maconha enviada dos Estados Unidos está parada no aeroporto de Campinas por questões burocráticas. Entre os beneficiados há uma família do DF

postado em 19/07/2016 06:10


Há seis dias, 18 pacientes epiléticos e autistas severos graves, sendo um do Distrito Federal, vivem um impasse. Eles seriam beneficiados com o canabidiol medicinal por meio da doação de uma empresa norte-americana, mas o medicamento teve a carga retida pela Receita Federal no Aeroporto de Viracopos, em Campinas. Ainda que o produto derivado da maconha seja fonte de um benefício, o órgão alega que a carga chegou ao Brasil sem o registro da Declaração de Importação (DI).

[SAIBAMAIS]A Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal (Ama%2bme), no entanto, diverge dessa posição. Segundo o presidente da instituição, o médico Leandro Ramires, o problema estaria no detalhe de que a doação deveria ter sido feita em forma de ;remessa expressa; e não de ;importação formal;. Ele está indignado com a situação, pois, apesar da burocracia, tudo está dentro da legalidade. O filho dele seria um dos contemplados. ;Já fizemos tudo o que tínhamos para cumprir. Eu fico muito chateado com essa circunstância, porque são pessoas que correm risco de morrer. As mães estão me ligando, e eu realmente não sei mais o que fazer;, lamenta.

Leandro afirma que o bloqueio da carga ocorre pela terceira vez. Das outras duas, porém, o produto havia sido comprado. Por meio da associação, os familiares conseguem a medicação com preço mais em conta. Leandro chegou a pagar US$ 1 mil a cada 15 dias. ;Dessas 18 pessoas que receberiam, 16 são do interior do Pará. São pessoas que navegam quatro horas de barco para conseguir uma receita. Isso é um absurdo. Não pode plantar (maconha) e, quando fazemos dentro lei, bloqueiam a medicação;, critica. Se o caso não tiver solução em 90 dias, o produto será incinerado.

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