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Dengue bate recorde de infecções em 2016, aponta levantamento

O primeiro semestre registrou o dobro de casos em relação ao mesmo período de 2015. Preocupação é maior por causa das partidas de futebol olímpico na capital. Especialista aponta que a chicungunha e a zika podem ser os próximos problemas

Otávio Augusto
postado em 20/07/2016 06:05
Fumacê é aplicado no centro da cidade: controle intensificado para a época dos Jogos Olímpicos
Registros históricos revelam, há algum tempo, o avanço devastador da dengue na capital federal. Contudo, 2016 se tornou um ano marcante para a doença transmitida pelo Aedes aegypti. Em três décadas do mal na cidade, nunca houve tantas infecções para o primeiro semestre. O mosquito contaminou 19.360 pessoas nos últimos sete meses, sendo 16.484 casos confirmados. O índice é o dobro do mesmo período de 2015, quando ocorreram 9.654 situações. Os registros já se aproximam do recorde de 2010, quando a epidemia alcançou 20.402 habitantes durante todo o ano. A situação é tão crítica que o Executivo local criou uma Sala Permanente de Coordenação e Controle das Ações de Enfrentamento às doenças transmitidas pelo Aedes.

Os piores momentos do colapso, segundo a Secretaria de Saúde, ficaram em fevereiro e março, período que, por semana, a pasta notificou uma média de 1,1 mil casos novos por semana. A 16 dias do início das Olimpíadas ; Brasília sediará 10 partidas de futebol ;, atletas e turistas ainda correm risco de entrarem paras as estatísticas, segundo especialistas. Entretanto, a Vigilância Epidemiológica descarta totalmente uma epidemia no período, mas considera a possibilidade de casos pontuais. Na próxima semana, a pasta vai aplicar o fumacê no Estádio Nacional Mané Garrincha para garantir condições seguras aos torcedores.

Mesmo com o período de estiagem, agentes epidemiológicos continuam o trabalho de contenção de focos e extermínio de mosquitos adultos. São Sebastião, Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e Sobradinho 2 centralizam os trabalhos. Ao todo, o governo gastou cerca de R$ 5 milhões somente com o controle do Aedes. Segundo a Secretaria de Saúde, o carro fumacê dedetizou mais de 800 mil imóveis e todos os domicílios passaram por vistoria no primeiro semestre. Em agosto, manejos ambientais em zonas consideradas de risco e o mapeamento do índice de infestação do mosquito na cidade serão aplicados (leia Para saber mais).

;Nesse cenário, temos que considerar a evolução biológica do inseto e que a quantidade de chuva em janeiro deste ano foi a maior da última década. Choveu cinco vezes mais do que no ano passado. Não foi um problema pontual do DF, mas sim do país inteiro;, explica Divino Valero, diretor da Vigilância Epidemiológica, ao ressaltar que a pasta esperava entre 60 mil e 100 mil casos de dengue na cidade. ;Eram para ser 100 mil. Temos que levar em consideração a população de 3 milhões de habitantes e mais 1,8 milhão flutuante do Entorno.;

A Secretaria de Saúde estuda produtos mais eficazes e novas práticas de vigilância epidemiológica e entomológica para serem aplicados a partir de setembro, como medida preventiva, e entre janeiro e março, período que a pasta considera insalubre. ;Aprendemos com todos os órgãos de saúde novas metodologias e alertas sobre o Aedes aegypti. Não existe uma receita de bolo para o controle. É um mosquito inteiramente urbano com grande adaptabilidade;, detalha Divino.

O primeiro semestre registrou o dobro de casos em relação ao mesmo período de 2015. Preocupação é maior por causa das partidas de futebol olímpico na capital. Especialista aponta que a chicungunha e a zika podem ser os próximos problemas

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