Cidades

Pioneiro trava, há décadas, luta quase solitária para revitalizar a W3 Sul

Empresário Hely Walter Couto se mobiliza em favor da avenida que, no passado, foi o símbolo máximo do comércio da capital

Isa Stacciarini
postado em 21/07/2016 09:41
Aos 90 anos de idade e 60 de Brasília, o empresário não perde um dia de trabalho: sonho de ver a W3 próspera

Quando ele chegou, Brasília era projeto. Em setembro, completa 60 anos em território candango, para onde veio com a mulher construir a própria história de empreendedorismo e resistência. Shoppings, grandes centros comerciais e feiras podem ter quebrado o encanto de uma avenida que nasceu para ser o lugar principal do comércio na capital: a W3. Mas a modernidade não conseguiu abalar a estrutura do empresário Hely Walter Couto, o dono da Pioneira da Borracha. Aos 90 anos, trabalha de segunda a sexta-feira. Faz questão de estar diariamente na loja da 511 Sul. Ele e seu comércio tornaram-se um símbolo de luta pela revitalização da avenida. Há mais de cinco décadas, o mineiro do interior de São Gotardo tenta resgatar o que, um dia, foi a W3 para Brasília.

Painel de recordações dos encontros históricos: de JK a Brizola, de Geisel a Fafá de Belém

Incansável, Hely busca recuperar a avenida, que sofre com abandono, pichação, deterioração de calçadas, comércios fechados e presença de usuários de droga. Como prefeito da quadra e pioneiro da região, ele tentou, em gestões passadas, transformar a W3 Sul, mas as tratativas não caminharam. Na memória, o morador do Lago Sul traz as lembranças do tempo em que a avenida era o ponto de encontro da sociedade brasiliense. ;Isso aqui era uma referência única, onde aconteciam os grandes eventos sociais, como o carnaval, e onde estavam as melhores lojas da cidade;, relembra.



A história com a W3 já dura 58 anos: o tempo em que a Pioneira da Borracha existe. O empresário começou o negócio em uma estrutura de madeira no Núcleo Bandeirante. Quase dois anos depois, mudou-se para a 511 Sul. Os investimentos cresceram e Hely abriu mais oito lojas em Brasília, como a instalada na Asa Norte e em Taguatinga. No ofício diário presenciou empreendimentos de sucesso fecharem as portas. Hoje, segundo ele, somam-se 240 lojas sem funcionamento na W3 Sul. ;Com o surgimento de shoppings e regiões administrativas, muitos empresários abandonaram a W3. A falta de estacionamento, com o fechamento do canteiro central por governos anteriores, fez com que as lojas perdessem clientes. Hoje a avenida está completamente abandonada, deixando de gerar empregos e impostos;, ressalta.

Encontros memoráveis
Para ele, o segredo de quem resiste ao tempo e ao abandono é o atendimento ao cliente, o que faz toda a diferença. ;Não deixo ninguém sair da loja sem comprar. Se a pessoa chega com um preço menor de outro lugar, faço pelo mesmo custo, mas não o perco. Hoje, a Pioneira da Borracha é um shopping. Tem de tudo. E o segredo é ter o melhor preço para atender a clientela;, ressalta.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação