Jornal Correio Braziliense

Cidades

Sem perspectiva de fim, paralisação do metrô já dura 40 dias

Enquanto isso, a empresa deixou de receber R$ 5,5 milhões desde o começo do movimento

A menos de duas semanas para a realização do primeiro jogo das Olimpíadas Rio-2016 no Distrito Federal, usuários da Companhia Metropolitana de Brasília (Metrô-DF) enfrentam a greve mais longa da história do serviço. São 40 dias de paralisação, nos quais os trens apenas circulam em esquema especial, nos horários de pico. Para completar, aos fins de semana, os passageiros lidam com as portas das estações fechadas. A empresa estima que deixou de arrecadar R$ 5,5 milhões desde o início do movimento. A categoria alega que, até o momento, não recebeu proposta eficiente do governo para o retorno total das atividades.

A greve começou em 14 de junho, já em esquema de horário especial. Desde então, os trens somente são operados durante os horários pico da manhã (das 6h às 9h) e do fim da tarde/noite (das 17h às 20h30). A principal revindicação dos metroviários é a falta de convocação dos aprovados (900) no concurso feito em 2013. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal (SindMetrô/DF), 993 empregados compõem o sistema na capital federal.

A empresa contabiliza deficit de 624 funcionários, mas a entidade estima que seriam necessários mais 800 para atender a população. ;Até o momento, não recebemos nenhuma outra proposta que atendesse a categoria. Estamos esperando o governo se posicionar para finalizar esse impasse. Não estamos contra a população, tanto que a determinação da Justiça de funcionar em esquema especial vem sendo cumprida. Porém, queremos ter condições de atender com qualidade;, afirma o presidente do SindMetrô, Ronaldo Amorim.

Diariamente, cerca de 160 mil pessoas utilizam o metrô no Distrito Federal. Com o movimento grevista, a empresa estima queda de 25% no número de passageiros. Aqueles que não deixaram de usar o serviço tiveram que se adaptar aos limitados horários de funcionamento. A enfermeira Rosemare Sousa, 31 anos, tem de esperar uma hora até a abertura dos portões da Estação Central. ;Saio do serviço por volta das 16h e fico aguardando até o funcionamento. Essa situação precisa ser resolvida logo;, reclama a moradora de Águas Claras. O técnico administrativo Gustavo Felipe Silva, 26, se queixa da lotação maior dos vagões. ;Quem pegava o metrô em outro horário passou também a usar na hora de pico; com isso, os trens estão lotados. Na minha visão, há descaso, pois são 40 dias de greve e não vemos possibilidade de retorno total;, lamenta.
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