Jornal Correio Braziliense

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Suspeito de morte de jornalista atua na segurança de órgãos municipais

O prefeito da cidade goiana refuta as desconfianças de crime político



João Miranda era proprietário de um site de notícias e publicava diversas denúncias, inclusive contra o prefeito da cidade, Itamar Lemes Prado (PDT) ; também havia reportagens sobre tráfico de drogas na região. O jornalista sofria ameaças e, no início do ano, teve o carro incendiado. Além do trabalho no portal S.A.D. sem censura, a vítima tinha um cargo no gabinete do vice-prefeito, Valter da Guarda Mirim. Ambos estavam sem função oficial no Executivo municipal, pois Itamar e Valter tiveram desavenças e romperam.

Ontem, o prefeito da cidade comentou o caso pela primeira vez. Ao Correio, Itamar disse desconhecer as motivações do crime. Questionado sobre as denúncias do jornalista contra ele, disse apenas que eram ;infundadas;. ;Eu não posso confirmar se o assassinato é político. Ele (o João) denunciava todo mundo: político, delegado e traficante. Eu cobrei providências da investigação. O criminoso tem de ser preso. Está tendo muita violência na cidade e não temos policiais o suficiente para investigar tudo;, disse. ;Estou tranquilo e à disposição da Justiça e do Ministério Público;, concluiu.

À frente da 4; Promotoria do município, André Wagner Melgaço Reis afirmou que o MP acompanha a investigação. Ele ressaltou, ainda, que ;se trata de um crime de grande repercussão e que os investigadores estão adotando todas as medidas necessárias para prender os assassinos de João Miranda;. Desde a morte do jornalista, o S.A.D. sem censura não foi mais atualizado. João Miranda levou sete tiros, na porta de casa. Os bandidos atiraram 22 vezes. O crime ocorreu no último domingo.