Renato Alves
postado em 28/07/2016 11:29
Contratada para o elenco do curta-metragem Quarto 10, a ex-BBB Munik Nunes decidiu adiar sua estreia como atriz. Ela abandonou o projeto no fim de semana, um dia antes de gravar suas cenas, e deixou a equipe em apuros. Uma atriz foi chamada às pressas para ocupar o lugar da ex-BBB, que interpretaria a fase jovem da protagonista Vilma Martins Costa, no filme baseado em fatos reais e que conta a história do caso Pedrinho, o recém-nascido sequestrado na maternidade do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, em 1986. O elenco conta com os atores Stepan Nercessian e Igor Cotrim.
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A vencedora do Big Brother Brasil 16 decidiu abandonar o projeto depois que conheceu o empresário cearense Anderson Felício, com quem foi fotografada durante o Fortal, em Fortaleza, no último fim de semana. Munik, inclusive, está em Jericoacoara, no Ceará, com o novo eleito. As gravações do filme aconteceram neste mesmo fim de semana, em Goiânia, terra natal da ex-BBB e onde Vilma Martins mora e criou Pedrinho como se fosse filho legítimo dela, até a Polícia Civil do Distrito Federal descobrir a farsa, em 2002.
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A vencedora do Big Brother Brasil 16 decidiu abandonar o projeto depois que conheceu o empresário cearense Anderson Felício, com quem foi fotografada durante o Fortal, em Fortaleza, no último fim de semana. Munik, inclusive, está em Jericoacoara, no Ceará, com o novo eleito. As gravações do filme aconteceram neste mesmo fim de semana, em Goiânia, terra natal da ex-BBB e onde Vilma Martins mora e criou Pedrinho como se fosse filho legítimo dela, até a Polícia Civil do Distrito Federal descobrir a farsa, em 2002.
Munik interpretaria Vilma Martins na juventude, época em que a também goiana era uma prostituta. Por meio da profissão, ela atraiu uma das suas vítimas, o industrial Jamal Rassi, que, por sete anos, pagou mesadas à Vilma porque acreditava que a menina batizada como Roberta Jamilly era filha biológica dele. Também em 2002, a Polícia Civil de Goiás revelou que a garota na verdade era Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, recém-nascida sequestrada em uma maternidade de Goiânia, em 1979.
Em prantos
Após a divulgação da desistência do filme, no entanto, Munik decidiu gravar um vídeo e dar a sua versão. Chorando muito, a ex-BBB e ex-futura-atriz-de-cinema garantiu que o abandono das filmagens nada tem a ver com o tal empresário. "Tem muita gente falando que eu larguei o filme por causa de ;macho;. Gente, eu estou viajando somente, não é porque apareceu um boy que eu larguei minha vida;. "Eu ia gravar no domingo e na segunda. Mas a produção de ;Haja Coração; me ligou, falando que a gravação na novela seria na segunda. Aí pensei: ;Nossa! O curta é na segunda e tem a novela, e agora o que eu faço? O curta ou a novela?; Chamei meu empresário e perguntei", alegou a ex-sister.
A goiana só não0 soubhe explicar o motivo de ter aceito os dois convites. Em junho, ela recebeu a oferta para integrar o elenco do curta-metragem goiano ;Quarto 10; e, recentemente, confirmou participação na novela da TV Globo ;Haja Coração;.
Assista ao depoimento de Munik:
A goiana só não0 soubhe explicar o motivo de ter aceito os dois convites. Em junho, ela recebeu a oferta para integrar o elenco do curta-metragem goiano ;Quarto 10; e, recentemente, confirmou participação na novela da TV Globo ;Haja Coração;.
Assista ao depoimento de Munik:
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Livro e novela
A história de Pedro Rosalino Braule Pinto, o Pedrinho, daria uma novela ou um romance. O adolescente foi localizado 16 anos depois, em Goiânia, vivendo com outra família e com outro nome. Logo depois exame de DNA mostrou que, na mesma casa, também registrada como filha legítima, morava Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, sequestrada havia mais de 23 anos.
Livro e novela
A história de Pedro Rosalino Braule Pinto, o Pedrinho, daria uma novela ou um romance. O adolescente foi localizado 16 anos depois, em Goiânia, vivendo com outra família e com outro nome. Logo depois exame de DNA mostrou que, na mesma casa, também registrada como filha legítima, morava Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, sequestrada havia mais de 23 anos.
Essa trama, virou um livro-reportagem, lançado em março de 2015. Escrito pelo jornalista Renato Alves, do Correio Braziliense, O Caso Pedrinho (da Geração Editorial) revela tudo sobre essa história real que parece ficção.
Mas por onde andam e como vivem os personagens dessa trama? O Correio foi atrás das respostas e descobriu o paradeiro de cada um.
Pai e advogado
Pedrinho, o protagonista do caso mais famoso de um menino roubado em maternidade no Brasil, hoje é um homem feito, o doutor Pedro. Advogado, casado, morador da Asa Norte, pai de um brasiliense de 3 anos, funcionário de um renomado escritório de advocacia, Pedro Júnior Rosalino Braule Pinto, 30 anos, leva a vida de um típico cidadão de classe média da capital do país. Pratica corrida de rua, joga futebol com os amigos no meio da semana, sonha com a estabilidade do serviço público e se vira para dar conta das obrigações de pai de família e de trabalhador.
Avesso à entrevistas, Pedrinho busca o anonimato. Mas, ainda, é reconhecido por boa parte dos brasiliense. "Ainda hoje, quando vou a um shopping, por exemplo, tem quem me pare, me abrace. Acho que o carinho que eles têm pelos meus pais, pelo que eles passaram. Isso é constrangedor, mas é bom", comenta.
O filho dele veio ao mundo com 3,2kg, 48cm e muito cabelo, em novembro de 2012. João Pedro, que ganhou o nome em homenagem aos avós maternos, nasceu no Hospital Santa Helena, na Asa Norte, em um parto cesariano, fruto da relação de Pedro Júnior com a administradora de empresas Nábyla Gabriela Queiroz Galvão, 27 anos. Eles se casaram em novembro de 2010. Nascida e criada em Santa Maria da Vitória (BA), Nábyla mudou para Brasília, distante quase 600km, aos 12 anos, para estudar. Fã de axé-music, conheceu Pedro aos 15, em uma festa sertaneja, o ritmo preferido dele, criado em Goiânia.
Em liberdade
Pedro mantém vínculos com Goiânia. Costuma viajar de carro pelos 200km do trajeto da BR-060 que liga Brasília à capital goiana para rever os amigos e a família de criação. Visita inclusive Vilma Martins Costa, a mulher condenada por raptá-lo e registrá-lo como se filho legítimo dela fosse. Também considerada culpada pelo sequestro e o registro falso de uma recém-nascida em Goiânia, crime ocorrido em 1979, ela ganhou a liberdade condicional em agosto de 2008, após cumprir 5 dos 19 anos das penas inicialmente imposta pela Justiça.
Sem ter confessado em alguma delegacia ou em juízo os crimes atribuídos a ela e com 59 anos, Vilma mora no bairro Itanhangá, em Goiânia, com Roberta Jamilly Martins Borges, a menina levada de uma maternidade da capital goiana há 34 anos. Ela também casou e teve um filho. Mas, diferentemente do irmão de criação, não retomou o nome original, Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, nem o convívio com a família biológica. Sequer visita a mãe verdadeira, Francisca Maria Ribeiro, hoje com 76 anos.
Vilma ganhou a liberdade condicional em 19 de agosto de 2008, após conseguir reduzir a pena e ganhar o benefício do regime semi-aberto. Desde então, não pode deixar Goiânia sem autorização judicial e tem de comunicar a Justiça a mudança de endereço. Também é obrigada a chegar em casa antes das 21h, mas não precisa comprovar trabalho. As normas valem até 16 de fevereiro de 2019, quando expira a pena imposta à ela. Ela e Roberta se recusam a dar entrevista.
Avós corujas
Morando na mesma casa, no Lago Norte, os verdadeiros pais de Pedrinho, Maria Auxiliadora Braule Pinto, a Lia, 62 anos, e Jayro, 63, curtem a tranquilidade da aposentadoria e os quatro netos: João Pedro e três meninas. Elas são da filha Cláudia, 33 anos. Pedro, Nábyla e João Pedro constumam visitar Lia e Jayro todos os fins de semana, especialmente aos domingos, no tradicional almoço de família.
Como há 13 anos, Lia se dedica ao artesanato e à família. Já Jayro , após sofrer um enfarto em 2011 ; em meio a uma partida de futebol entre amigos, em um clube do Lago Sul ;, descobriu o gosto pela escrita. Publicou o primeiro livro, Direito Tributário para Concursos, lançado pela editora Gran Cursos, em 2012. Escreveu outra obra, também voltado a concurseiros, para quem deu aulas por 20 anos. Desde o susto em campo e a cirurgia a que teve de ser submetido, o fiscal aposentado da Receita Federal deixou a paixão pelo futebol de lado. "Agora, só assisto os jogos do Fluminense pela TV. Os livros viraram a minha principal ocupação", ressalta ele.
RELEMBRE O CASO
O sequestro de Pedrinho é o caso mais famoso no Brasil de um bebê levado de maternidade. Tanto que a história virou tema da novela Senhora do Destino, sucesso de Aguinaldo Silva exibido entre 2004 e 2005.
1986
21 de janeiro
Passando-se por enfermeira, uma mulher entra no quarto onde Maria Auxiliadora Braule Pinto se recupera do parto do filho Pedro. A desconhecida diz que vai levar o bebê para exames e some com ele. O crime ocorre nas dependências do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.
2002
Por meio de e-mail, um anônimo conta a história sobre um garoto nascido em Brasília e adotado por uma família goiana. A Polícia Civil candanga recebe provas apontadas pela pessoa de que se trata de Pedrinho, como fotografias e descrições do garoto. Agentes vão para Goiânia, onde ele mora.
7 de novembro
O Correio torna pública a investigação sobre o adolescente morador de Goiânia. Falta o DNA. O menino só doa material genético para o teste após uma troca de telefonemas com Jayro e a promessa da Polícia Civil que nada acontecerá com a mulher que o criou como filho legítimo, Vilma Martins Costa.
8 de novembro
Sai o resultado do DNA: o menino registrado como Osvaldo Martins Borges é na verdade Pedro Rosalino Braule Pinto. O desfecho do caso vira notícia em todo o país e no exterior. Mas não significa o reencontro imediato do menino com os pais biológicos.
2003
A polícia goiana confirma, também por meio de DNA, que outro bebê levado de uma maternidade em Goiânia, 24 anos antes, havia sido criado por Vilma como filho verdadeiro dela. A menina que a ex-empresária registrou como Roberta Jamilly, era Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, roubada em 1979.
28 de abril
O Tribunal de Justiça de Goiás decreta a prisão preventiva de Vilma no processo que investiga o sequestro de Pedrinho. A decisão parte do juiz Adegmar José Ferreira, da 10; Vara Criminal. Agentes vão à casa da acusada munidos do mandado de prisão, mas não a encontram. Ela é dada como foragida.
12 de maio
No início da manhã, Vilma Martins é surpreendida com fortes batidas na porta da casa onde buscou abrigo. Três policiais forçam a porta e entram no imóvel localizado em Aparecida de Goiânia. Eles encontram a empresária de 47 anos sob um enorme sofá e lhe dão voz de prisão.
24 de agosto
Oito anos e oito meses, em regime semi-aberto. O juiz Adegmar José Ferreira assina a sentença de Vilma, já presa. A pena diz respeito à subtração de incapaz e registro falso de Pedrinho. Logo depois, ela é condenada pelo rapto e registro de Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva. Somadas, as condenações de Vilma em primeira instância renderam 19 anos e nove meses de cadeia.
2004
28 de maio
Desembargadores goianos reduzem em três anos e seis meses a pena imposta à ex-empresária no caso do sequestro de Pedrinho. Eles acatam uma das alegações da defesa, a de que o crime de parto suposto já prescreveu, pois ocorreu há mais de oito anos.
30 de maio
Vilma tem pena reduzida em seis meses no processo em que foi condenada por registro falso de Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva. Já conseguiu reduzir quatro anos da pena com os recursos.
2005
27 dezembro
Vilma começa a cumprir pena em regime semi-aberto. Só terá que dormir na Casa do Albergado, em Goiânia. Agora, divide um pequeno quarto com cinco jovens detentas.
2006
A sequestradora de bebês passa a maior parte do ano fora da Casa do Albergado. Graças aos 12 atestados médicos apresentados à Justiça, ela ficou cerca de 200 dias na confortável chácara da família ou em uma clínica.
2007
9 de janeiro
Vilma é transferida de um hospital para a CPP. O juiz ordena a remoção após analisar relatório da Casa do Albergado, para onde a detenta não retornou após a saída de Natal. Enfermeiros e agentes constataram que ela jogava fora os remédios prescritos e se alimentava de forma prejudicial à saúde.
2008
Junho
Após cinco anos na cadeia, Vilma ganha o direito de cumprir pena em regime aberto. Ela começa a desfrutar do benefício na última semana do mês e até o fim do ano.
19 de agosto
Vilma ganha a liberdade condicional. Não poderá deixar Goiânia sem autorização judicial, terá de comunicar à Justiça a mudança de endereço, será obrigada a chegar em casa antes das 21h, mas não terá que comprovar trabalho. As normas valem até 16 de fevereiro de 2019, quando expira a pena.
2011
19 de novembro
Pedrinho se casa com a baiana Nábyla Gabriela Queiroz Galvão, em Brasília. A cerimônia reúne familiares brasilienses e goianos do noivo. Três meses depois, ele descobre que vai ser pai. O bebê nasce em dezembro.
Mas por onde andam e como vivem os personagens dessa trama? O Correio foi atrás das respostas e descobriu o paradeiro de cada um.
Pai e advogado
Pedrinho, o protagonista do caso mais famoso de um menino roubado em maternidade no Brasil, hoje é um homem feito, o doutor Pedro. Advogado, casado, morador da Asa Norte, pai de um brasiliense de 3 anos, funcionário de um renomado escritório de advocacia, Pedro Júnior Rosalino Braule Pinto, 30 anos, leva a vida de um típico cidadão de classe média da capital do país. Pratica corrida de rua, joga futebol com os amigos no meio da semana, sonha com a estabilidade do serviço público e se vira para dar conta das obrigações de pai de família e de trabalhador.
Avesso à entrevistas, Pedrinho busca o anonimato. Mas, ainda, é reconhecido por boa parte dos brasiliense. "Ainda hoje, quando vou a um shopping, por exemplo, tem quem me pare, me abrace. Acho que o carinho que eles têm pelos meus pais, pelo que eles passaram. Isso é constrangedor, mas é bom", comenta.
O filho dele veio ao mundo com 3,2kg, 48cm e muito cabelo, em novembro de 2012. João Pedro, que ganhou o nome em homenagem aos avós maternos, nasceu no Hospital Santa Helena, na Asa Norte, em um parto cesariano, fruto da relação de Pedro Júnior com a administradora de empresas Nábyla Gabriela Queiroz Galvão, 27 anos. Eles se casaram em novembro de 2010. Nascida e criada em Santa Maria da Vitória (BA), Nábyla mudou para Brasília, distante quase 600km, aos 12 anos, para estudar. Fã de axé-music, conheceu Pedro aos 15, em uma festa sertaneja, o ritmo preferido dele, criado em Goiânia.
Em liberdade
Pedro mantém vínculos com Goiânia. Costuma viajar de carro pelos 200km do trajeto da BR-060 que liga Brasília à capital goiana para rever os amigos e a família de criação. Visita inclusive Vilma Martins Costa, a mulher condenada por raptá-lo e registrá-lo como se filho legítimo dela fosse. Também considerada culpada pelo sequestro e o registro falso de uma recém-nascida em Goiânia, crime ocorrido em 1979, ela ganhou a liberdade condicional em agosto de 2008, após cumprir 5 dos 19 anos das penas inicialmente imposta pela Justiça.
Sem ter confessado em alguma delegacia ou em juízo os crimes atribuídos a ela e com 59 anos, Vilma mora no bairro Itanhangá, em Goiânia, com Roberta Jamilly Martins Borges, a menina levada de uma maternidade da capital goiana há 34 anos. Ela também casou e teve um filho. Mas, diferentemente do irmão de criação, não retomou o nome original, Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, nem o convívio com a família biológica. Sequer visita a mãe verdadeira, Francisca Maria Ribeiro, hoje com 76 anos.
Vilma ganhou a liberdade condicional em 19 de agosto de 2008, após conseguir reduzir a pena e ganhar o benefício do regime semi-aberto. Desde então, não pode deixar Goiânia sem autorização judicial e tem de comunicar a Justiça a mudança de endereço. Também é obrigada a chegar em casa antes das 21h, mas não precisa comprovar trabalho. As normas valem até 16 de fevereiro de 2019, quando expira a pena imposta à ela. Ela e Roberta se recusam a dar entrevista.
Avós corujas
Morando na mesma casa, no Lago Norte, os verdadeiros pais de Pedrinho, Maria Auxiliadora Braule Pinto, a Lia, 62 anos, e Jayro, 63, curtem a tranquilidade da aposentadoria e os quatro netos: João Pedro e três meninas. Elas são da filha Cláudia, 33 anos. Pedro, Nábyla e João Pedro constumam visitar Lia e Jayro todos os fins de semana, especialmente aos domingos, no tradicional almoço de família.
Como há 13 anos, Lia se dedica ao artesanato e à família. Já Jayro , após sofrer um enfarto em 2011 ; em meio a uma partida de futebol entre amigos, em um clube do Lago Sul ;, descobriu o gosto pela escrita. Publicou o primeiro livro, Direito Tributário para Concursos, lançado pela editora Gran Cursos, em 2012. Escreveu outra obra, também voltado a concurseiros, para quem deu aulas por 20 anos. Desde o susto em campo e a cirurgia a que teve de ser submetido, o fiscal aposentado da Receita Federal deixou a paixão pelo futebol de lado. "Agora, só assisto os jogos do Fluminense pela TV. Os livros viraram a minha principal ocupação", ressalta ele.
RELEMBRE O CASO
O sequestro de Pedrinho é o caso mais famoso no Brasil de um bebê levado de maternidade. Tanto que a história virou tema da novela Senhora do Destino, sucesso de Aguinaldo Silva exibido entre 2004 e 2005.
1986
21 de janeiro
Passando-se por enfermeira, uma mulher entra no quarto onde Maria Auxiliadora Braule Pinto se recupera do parto do filho Pedro. A desconhecida diz que vai levar o bebê para exames e some com ele. O crime ocorre nas dependências do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.
2002
Por meio de e-mail, um anônimo conta a história sobre um garoto nascido em Brasília e adotado por uma família goiana. A Polícia Civil candanga recebe provas apontadas pela pessoa de que se trata de Pedrinho, como fotografias e descrições do garoto. Agentes vão para Goiânia, onde ele mora.
7 de novembro
O Correio torna pública a investigação sobre o adolescente morador de Goiânia. Falta o DNA. O menino só doa material genético para o teste após uma troca de telefonemas com Jayro e a promessa da Polícia Civil que nada acontecerá com a mulher que o criou como filho legítimo, Vilma Martins Costa.
8 de novembro
Sai o resultado do DNA: o menino registrado como Osvaldo Martins Borges é na verdade Pedro Rosalino Braule Pinto. O desfecho do caso vira notícia em todo o país e no exterior. Mas não significa o reencontro imediato do menino com os pais biológicos.
2003
A polícia goiana confirma, também por meio de DNA, que outro bebê levado de uma maternidade em Goiânia, 24 anos antes, havia sido criado por Vilma como filho verdadeiro dela. A menina que a ex-empresária registrou como Roberta Jamilly, era Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, roubada em 1979.
28 de abril
O Tribunal de Justiça de Goiás decreta a prisão preventiva de Vilma no processo que investiga o sequestro de Pedrinho. A decisão parte do juiz Adegmar José Ferreira, da 10; Vara Criminal. Agentes vão à casa da acusada munidos do mandado de prisão, mas não a encontram. Ela é dada como foragida.
12 de maio
No início da manhã, Vilma Martins é surpreendida com fortes batidas na porta da casa onde buscou abrigo. Três policiais forçam a porta e entram no imóvel localizado em Aparecida de Goiânia. Eles encontram a empresária de 47 anos sob um enorme sofá e lhe dão voz de prisão.
24 de agosto
Oito anos e oito meses, em regime semi-aberto. O juiz Adegmar José Ferreira assina a sentença de Vilma, já presa. A pena diz respeito à subtração de incapaz e registro falso de Pedrinho. Logo depois, ela é condenada pelo rapto e registro de Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva. Somadas, as condenações de Vilma em primeira instância renderam 19 anos e nove meses de cadeia.
2004
28 de maio
Desembargadores goianos reduzem em três anos e seis meses a pena imposta à ex-empresária no caso do sequestro de Pedrinho. Eles acatam uma das alegações da defesa, a de que o crime de parto suposto já prescreveu, pois ocorreu há mais de oito anos.
30 de maio
Vilma tem pena reduzida em seis meses no processo em que foi condenada por registro falso de Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva. Já conseguiu reduzir quatro anos da pena com os recursos.
2005
27 dezembro
Vilma começa a cumprir pena em regime semi-aberto. Só terá que dormir na Casa do Albergado, em Goiânia. Agora, divide um pequeno quarto com cinco jovens detentas.
2006
A sequestradora de bebês passa a maior parte do ano fora da Casa do Albergado. Graças aos 12 atestados médicos apresentados à Justiça, ela ficou cerca de 200 dias na confortável chácara da família ou em uma clínica.
2007
9 de janeiro
Vilma é transferida de um hospital para a CPP. O juiz ordena a remoção após analisar relatório da Casa do Albergado, para onde a detenta não retornou após a saída de Natal. Enfermeiros e agentes constataram que ela jogava fora os remédios prescritos e se alimentava de forma prejudicial à saúde.
2008
Junho
Após cinco anos na cadeia, Vilma ganha o direito de cumprir pena em regime aberto. Ela começa a desfrutar do benefício na última semana do mês e até o fim do ano.
19 de agosto
Vilma ganha a liberdade condicional. Não poderá deixar Goiânia sem autorização judicial, terá de comunicar à Justiça a mudança de endereço, será obrigada a chegar em casa antes das 21h, mas não terá que comprovar trabalho. As normas valem até 16 de fevereiro de 2019, quando expira a pena.
2011
19 de novembro
Pedrinho se casa com a baiana Nábyla Gabriela Queiroz Galvão, em Brasília. A cerimônia reúne familiares brasilienses e goianos do noivo. Três meses depois, ele descobre que vai ser pai. O bebê nasce em dezembro.