Cidades

Pacientes aguardam atendimento no Hran após picada de escorpião

Segundo familiares das vítimas, não há médicos para aplicarem o soro antiescorpiônico. No total, 382 pessoas tiveram de ser hospitalizadas por ataques do aracnídeo

Otávio Augusto
postado em 04/08/2016 15:47

Segundo familiares das vítimas, não há médicos para aplicarem o soro antiescorpiônico. No total, 382 pessoas tiveram de ser hospitalizadas por ataques do aracnídeo

Pelo menos quatro pacientes picados por escorpião aguardam atendimento no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Familiares dizem que não há profissionais para aplicarem soro escorpiônico nas pessoas nesta quinta-feira (4/8). Os escorpiões estão espalhados por todo o DF, mas não de forma homogênea. Taguatinga, Asa Norte e Asa Sul apresentam maior incidência, segundo a Secretaria de Saúde.

O idoso Hugo Ferreira da Silva, 81 anos, chegou no fim da manhã e enfrentou dificuldades para ser atendido. "Fizeram a triagem e mandaram aguardar parecer médico. Só 13h30 medicaram contra a dor", conta o filho de Hugo, o servidor público Márcio Ferreira, 53.

Hugo foi picado na mão direita quando limpava o canil de casa, em Taguatinga Centro. "O bicho estava embaixo do tapete do cão", conta Márcio. Segundo relatos de pacientes, três pessoas aguardam atendimento na emergência da unidade médica vítimas de ataques de aracnídeos. Somente um médico atendia os pacientes com classificação laranja.

A Secretaria de Saúde informou, em nota, que não há falta de soro antiescorpiônico na rede . "O tratamento com o soro é usado somente quando se é necessário. O paciente (Hugo) foi atendido e não tem indicação para uso do soro por ter sido um acidente leve, que é avaliado segundo os sintomas e observados pelo médico que o atendeu. O paciente recebeu medicação para dores e continua em observação", destaca o texto.

O soro é distribuído aos estados, de acordo com a pasta, pelo Ministério da Saúde. O pedido é feito pelos médicos quando há necessidade de uso. O hospital-referência no tratamento para pessoas picadas por escorpião é o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Porém, em todas as unidades que possuem pronto socorro dispõe de unidades do soro para atendimento aos pacientes. A direção da unidade nega que há outros pacientes no hospital, vítimas de picada de escorpião.

Risco

[SAIBAMAIS]Os ataques de escorpiões feriram, na última década, mais de 3,4 mil pessoas na capital federal. O aracnídeo se tornou um problema crônico da cidade e, segundo a Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde (Dival), de difícil controle. Os acidentes saltaram de 148, em 2005, para 562 no ano passado. Entre janeiro e março deste ano, o número cresceu 11,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Os dados mais recentes da Vigilância Ambiental apontam que foram 244 ocorrências no período, contra 219 nos três primeiros meses de 2015. No total, 382 pessoas tiveram de ser hospitalizadas.

A Secretaria de Saúde mantém 10 equipes em sentinela para inspeções de animais peçonhentos nas 31 regiões administrativas. O trabalho é decorrente das solicitações realizadas por telefonemas, e-mails e ofícios enviados pela população. A Dival recolheu, até 20 de julho, 570 escorpiões ; 61,5% do registrado em todo 2015.

Os acidentes no DF são mais frequentes em setembro e em outubro, meses mais quentes, e menos frequentes entre maio e julho, época de frio, de acordo com o Relatório Epidemiológico Sobre Acidentes por Animais Peçonhentos da Secretaria de Saúde.

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