postado em 09/08/2016 10:03
Os policiais civis deram um ultimato. Se, em 72 horas, o governador Rodrigo Rollemberg não apresentar uma contraproposta à reivindicação salarial, eles voltam a entrar em greve. Até lá, todos os serviços prestados pela Polícia Civil do Distrito Federal continuam a ser executados. A decisão foi tomada, na segunda-feira (8/8) à tarde, em assembleia, em frente ao Ministério do Planejamento. A categoria quer isonomia salarial com a Polícia Federal, que teve aumento de 37% em três parcelas, proposto pelo Executivo federal. Na última semana, o GDF se dispôs a pagar 7% no próximo ano, 10% em 2018 e 10% em 2019, mas a oferta foi rejeitada.
[SAIBAMAIS]Hoje (9), um novo ato deve ser realizado em frente à sede do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF). Na ocasião, os chefes de seção ; delegados-chefe, oficiais de custódia e papiloscopistas ; entregarão os cargos, em protesto contra o sucateamento da categoria. Amanhã, os policiais civis se reúnem novamente em frente à Câmara Legislativa para pedir apoio dos deputados distritais e na quinta-feira realizam nova assembleia diante do Palácio do Buriti para votar indicativo de greve.
A direção do Sinpol se reuniu com o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, e pediu um encontro com o governador. Caso Rollemberg não consiga espaço na agenda para conversar com os representantes da categoria, a expectativa é que eles voltem a cruzar os braços. ;O GDF afirma que não vai negociar se estivermos em paralisação. Então, resolvemos dar 72 horas para o governador emitir uma proposta;, afirmou Rodrigo Fernandes Franco, conhecido como Gaúcho, presidente do Sinpol.
Na quinta-feira passada, dia da estreia dos Jogos Olímpicos na capital, a corporação cruzou os braços por 48 horas ; ato considerado ilegal pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Na ocasião, chegaram a abandonar a escolta que faziam das delegações de atletas internacionais que se encontram na cidade para a competição. O GDF também anunciou o corte imediato do ponto dos servidores que aderiram à paralisação e retirou a proposta de reajuste apresentada no início da semana.
Ponto cortado
Na assembleia de segunda-feira, o sentimento era de revolta. ;As ameaças do Executivo não vão nos calar. Se eles quiserem cortar nosso ponto, que cortem logo de todo o mês;, relatavam os agentes em discurso na assembleia. Na ocasião, foi lida uma longa lista com nomes e matrículas de policiais, que afirmam não ter medo da ameaça do governo de cortar o ponto dos servidores.
O presidente do Sinpol disse, ainda, que agora apelará também para o governo federal, cobrando diretamente do presidente interino, Michel Temer (PMDB), de senadores e deputados federais. ;Nós somos uma corporação organizada e mantida pela União. O presidente Michel Temer tem condições de nos ajudar;, afirma.
Após a assembleia, os agentes seguiram em passeata até o Palácio do Buriti. Seis faixas do Eixo Monumental, em frente ao Palácio do Planalto, chegaram a ser ocupadas. Segundo o Sinpol, 4 mil policiais se reuniram na assembleia. Já a contagem da Polícia Militar relata que 800 pessoas estiveram na manifestação. No fim do trajeto, duas vans do Comitê Organizador Rio 2016 foram cercadas pelos manifestantes e impedidas de seguir trajeto. Os veículos foram obrigadas a retornar e traçar outro trajeto até o Estádio Nacional Mané Garrincha.