Isa Stacciarini
postado em 23/08/2016 10:14
A ação de afastamento dos integrantes da Mesa Diretora da Câmara Legislativa do DF tem como base indícios de uma organização criminosa. Quem afirma é uma fonte ligada às investigações do Ministério Público do Distrito Federal e Território (MPDFT) que apura o escândalo do repasse de R$ 30 milhões de emenda parlamentar para saúde mediante pagamento de propina.
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As investigações, gravações e depoimentos prestados por testemunhas indicam a suposta existência da organização criminosa. Há indícios, ainda, dela estar instalada não apenas no Legislativo local, e envolver a mesa diretora da Casa, assessores de parlamentares e possíveis integrantes de cargos no Governo do Distrito Federal (GDF).
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As investigações, gravações e depoimentos prestados por testemunhas indicam a suposta existência da organização criminosa. Há indícios, ainda, dela estar instalada não apenas no Legislativo local, e envolver a mesa diretora da Casa, assessores de parlamentares e possíveis integrantes de cargos no Governo do Distrito Federal (GDF).
Entenda
O Ministério Público do Distrito Federal abriu, na última quinta-feira (18/8), uma investigação para apurar o envolvimento da cúpula da Câmara Legislativa em um suposto esquema de cobrança de propina. A suspeita é de que a deputada Liliane Roriz (PTB) e Celina Leão (PPS) discutiram a liberação de recursos para o pagamento de dívidas de UTIs do Distrito Federal mediante a cobrança de propina de empresários do setor.
O escândalo surgiu a partir da divulgação de áudios gravados por Liliane Roriz e entregues ao MPDFT. Em uma conversa entre ela e Celina Leão, as duas falam sobre "um projeto" relacionado à destinação de emendas. Após o vazamento, o órgão instaurou um procedimento de investigação criminal para analisar o conteúdo dos áudios.
No ano passado, a Câmara Legislativa economizou cerca de R$ 30 milhões em relação ao orçamento inicialmente previsto para a manutenção da Casa. Em dezembro, os parlamentares começaram a discutir o remanejamento desses recursos. De acordo com a denúncia de Liliane, esse montante seria destinado à reforma de escolas públicas. A Mesa Diretora, porém, teria decidido mudar o repasse de última hora, remanejando a bolada para pagar clínicas e hospitais que ofereceram serviços de UTI ao GDF em 2014, mas não haviam recebido o valor devido. Dessa forma, a operação, autorizada pelo Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), busca provas dos crimes de corrupção ativa, passiva ou concussão envolvendo os distritais e servidores.