Cidades

Depoimento à CLDF de ex-diretor do Fundo de Saúde é incerto

Ricardo Cardoso está em São Paulo. Ele é considerado personagem central na investigação

Otávio Augusto
postado em 24/08/2016 18:02
Ricardo Cardoso está em São Paulo. Ele é considerado personagem central na investigação

O depoimento do ex-diretor do Fundo de Saúde Ricardo Cardoso está sem data definida. Inicialmente ele falaria aos deputados nesta quinta-feira (25/8), às 10h. Entretanto, o gestor está em São Paulo e não chegará a tempo. Ele enviou uma carta aos distritais explicando que está acompanhando o filho de sete anos num tratamento médico, como o Correio adiantou, ontem.

Ricardo pediu que fosse ouvido durante a tarde de amanhã, mas a sessão da CPI, segundo regimento interna da Casa, não pode ocorrer concomitantemente a de uma reunião ordinária. O presidente da CPI da Saúde, Wellington Luiz (PMDB), adiantou que o depoimento deve ser remarcado para semana que vem. O distrital leu no plenário documento que Ricardo enviou à Casa.

Ontem, ele não prestou depoimento na Operação Drácon, que investiga suposta cobrança de propina sobre créditos orçamentários usados para quitar dívidas do governo com serviços de UTI.

[SAIBAMAIS]O ex-diretor do Fundo de Saúde do DF é considerado personagem central na investigação. É dele o despacho que reconheceu dívidas, em dezembro do ano passado, dos hospitais Santa Marta (R$ 11 milhões), Home (R$ 5 milhões), Intensicare (R$ 5 milhões), Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (R$ 4,5 milhões), São Mateus (R$ 2,5 milhões) e São Francisco (R$ 2 milhões).

Ricardo foi exonerado em 21 de junho. Antes de chegar ao GDF, Ricardo era servidor do Ministério da Justiça, onde é concursado desde 2010. Atuou na área de auditoria, fiscalização e combate a corrupção. Agora, voltou para o órgão de origem. Ricardo teria comemorando junto com Cristiano Araújo (PSD) ; citado como articulador do suposto esquema ; a liberação do recurso. Juntos, teriam ido a uma casa noturna, em São Paulo.

O Correio conversou com Ricardo, ontem. Ele garante que irá prestar esclarecimentos sobre o caso. Veja ponto a ponto da entrevista.

Esclarecimentos
Estou em viagem. Meu filho tinha uma revisão de cirurgia. Infelizmente eu não estou em Brasília pra falar com o delegado. Já liguei várias vezes na Decap (Delegacia de Combate aos Crimes contra a Administração Pública) hoje e não atenderam. Quero justificar e me coloca a disposição. Mandei mensagem para o Promotor Jairo Bisol (Prosus) e pedi o contato do Promotor que está conduzindo a operação, mas não obtive resposta. Quero justificar minha ausência.

CPI
Chegarei (na quinta-feira) e irei à CPI e na Decap. Comprei passagem há mais de mês. Vim domingo e volto quinta-feira. Só não voltarei amanhã (hoje) por que não consegui voo.

Envolvimento
Eu acho que estou como envolvido por que eu era o ordenador de despesas. Foi um despacho meu que reconheceu a dívida das empresas. Mas essa era a função. Nós brigamos muito por mais orçamento para a Saúde em 2015. Ficamos felizes no Fundo com mais 30 milhões. Agora se houve alguma negociata em outra esfera eu não sabia. Isso é grave e tem que ser apurado com rigor e os envolvidos devem ser punidos. Qualquer gestor no meu lugar faria o reconhecimento da dívida ou perderia o orçamento.

Depoimento
Meu depoimento será esclarecedor na CPI. Tem muita gente falando besteira. Gente que não entende de orçamento e finanças. Ele reclama da pressão empresarial.

Negociação com os hospitais
A pressão é muito grande. Querem parar os serviços o tempo todo por causa das dívidas. O próprio MPDFT intermediou três reuniões entre o Governo e os fornecedores pra tratar de dívidas.

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