postado em 26/08/2016 06:05
A crise na Câmara Legislativa alcança novos patamares. Entidades da sociedade civil, partidos políticos, representantes sindicalistas e grupos populares iniciaram a pressão contra os citados no esquema de liberação de subsídios para UTIs em troca do recebimento de propina de empresários do setor. Apenas ontem, dois ofícios de representação contrários aos envolvidos chegaram à Casa.
Durante a manhã, integrantes da União dos Auditores Federais de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (Auditar), do Observatório Social de Brasília e do Instituto de Fiscalização e Controle (IFC) protocolaram pedidos de cassação dos mandatos dos integrantes da mesa diretora da Casa, temporariamente afastados pela Justiça: Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PPS), Júlio César (PRB) e Bispo Renato Andrade (PR); além do deputado Cristiano Araújo (PSD), membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde.
Representante do Observatório Social, Rodrigo Chia afirma que as acusações contra os distritais se referem ao direcionamento de recursos de emendas parlamentares para áreas em que poderiam obter vantagens. No caso de Celina Leão, ainda segundo ele, há um agravante: a presidente afastada é denunciada também por oferecer cargos comissionados e empregos terceirizados a profissionais pouco capacitados, como pagamento por apoio político prévio ; de acordo com gravações feitas pela distrital Liliane Roriz.
Frente aos expressivos indícios de ilegalidades na cúpula, o presidente da Auditar, Paulo Martins, ressalta a importância de investigações internas. ;A gravidade das informações merece uma apuração por parte do Poder Legislativo. As evidências de práticas de crime e violações ao Código de Ética são fortes;, afirma Martins. A presidente do IFC, Jovita Rosa, aproveitou o momento para realçar o poder de mobilização da sociedade. ;Os parlamentares movem-se de acordo com o que é cobrado deles. Se a população fica omissa, eles não sentem a obrigação de fornecer respostas e resultados;, destacou.
Afastamento cautelar
À tarde, foi a vez de o Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas do Distrito Federal (Sindical) apresentar ações. A entidade registrou no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) uma representação cujo conteúdo solicita o afastamento cautelar dos suplentes da Mesa Diretora.
O texto cita José Wilson, secretário-geral da presidência, ligado à Celina Leão; Leila Barreto, secretária executiva da 1; Secretaria, ligada a Raimundo Ribeiro (PSDB); Rusembergue Barbosa de Almeida, secretário executivo da 2; Secretaria, ligado a Júlio César (PRB); e Alexandre Braga Cerqueira, da 3; Secretaria, ligado ao Bispo Renato (PR). José Wilson será exonerado e devolvido ao órgão de origem, a Defensoria Pública do DF. A escolha do novo secretário será feita hoje e publicada no Diário Oficial do DF na segunda-feira. Alexandre Braga foi afastado a pedido do deputado Rodrigo Delmasso (PTN), que assumiu a 3; Secretaria.
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