Jornal Correio Braziliense

Cidades

Memorial JK ganha nova roupagem e acessibilidade às pessoas com deficiência

Entre as tecnologias instaladas, encontra-se uma holografia do presidente Juscelino Kubitschek, em tamanho real, apresentando o plano de metas de seu governo


O Memorial JK ganhou um projeto de modernização e acessibilidade. A ideia é aproximar ainda mais os visitantes aos conteúdos do acervo. O principal foco da obra está em chamar a atenção dos jovens e das pessoas com deficiência auditiva, visual e motora para as atrações do museu. Entre as tecnologias instaladas, encontra-se uma holografia do presidente Juscelino Kubitschek, em tamanho real, apresentando o plano de metas de seu governo. Esta é a primeira vez que um museu brasileiro recebe esse tipo de recurso para retratar uma personalidade nacional.

A obra também disponibiliza maquete tátil do prédio, assim como mapas em alto-relevo dos andares térreo e superior, indicando às pessoas cegas os ambientes e o percurso de visitação. Os itens à mostra também contam com textos descritivos em braile. Até os fones de ouvido, disponíveis em algumas telas de vídeos explicativos, são sem fio para facilitar o manuseio daqueles com dificuldade motora. A vitrine é equipada com uma tela de vídeo, que mostra todos os itens armazenados. Foi utilizada uma impressora 3D para replicar uma medalha, permitindo que os deficientes visuais possam tateá-la.

O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), em conjunto com o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), acompanhou todo o processo de transformação do museu, que é tombado. O projeto foi desenvolvido pela Cité Arquitetura, com coordenação da Collecta, e teve um investimento de R$ 1,8 milhão, com patrocínio de Furnas, Eletrobras e Ibram, em parceria com o Ministério da Cultura. O projeto de acessibilidade foi realizado com a orientação das equipes da Comissão de Acessibilidade do Instituto Benjamin Constant (IBC) e do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines). Ao todo, desde a aprovação do projeto, a obra demorou cerca de quatro anos para ficar pronta.

Detalhes

A inauguração oficial do projeto de modernização será na próxima quinta-feira. O Memorial foi inaugurado em 1981, por Sarah Kubitshek, viúva de JK, e tem o objetivo de perpetuar a história da vida do presidente e a memória da construção de Brasília. A coordenadora geral do projeto, a museóloga Auta Rojas Barreto relata que, por ser um patrimônio histórico, foi preciso adaptar o local, preservando todas as características originais. ;O nosso público-alvo são os jovens. Como utilizamos uma grande quantidade de tecnologia, decidimos incluir também pessoas com deficiência;, explica.

Mesmo sem a inauguração oficial, visitantes de outros estados estiveram no Memorial. A estudante de medicina Rossela Falcão Dias, 23 anos, moradora de São Paulo, está em Brasília a estudo e foi conhecer o monumento. Ela ficou impressionada com as intervenções tecnológicas. ;Achei bacanas as obras. É muito importante toda essa questão de acessibilidade. O museu está de parabéns.;

Logo no hall do Memorial, um vídeo tridimensional reconstitui a construção de Brasília. Ao todo, são oito vídeos contando a história da capital nos mais diversos aspectos. Até mesmo a moda e o estilo que marcaram os anos de 1950, 1960 e 1970 viraram tema de uma das reproduções, ficando ao lado do acervo de vestimentas da família Kubitschek. Todo o aparato é equipado com legenda, tradução em libras e audiodescrição. No final do tour, um quiz para testar os conhecimentos sobre Juscelino fica disponível em um computador. Os monitores do local também foram treinados para receber os visitantes.

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