Cidades

Cinco médicos envolvidos na 'máfia das próteses' são liberados pela Justiça

A organização criminosa alvo de uma grande operação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e da Polícia Civil agia na capital federal com a participação de médicos e de empresários do ramo de prótese, um diretor de hospital, além de funcionários.

postado em 03/09/2016 00:11

A organização criminosa alvo de uma grande operação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e da Polícia Civil agia na capital federal com a participação de médicos e de empresários do ramo de prótese, um diretor de hospital, além de funcionários.

Cinco dos sete médicos envolvidos no esquema da máfia das proteses no DF receberam liberdade provisória na noite desta sexta-feira (2/9). Entre os nomes confirmados estão Wenner Costa Catanhêde e Rogério Gomes Damasceno - apontado como sendo um dos profissionais mais atuantes do esquema de propinas da TM/Home. Eles foram presos na última quinta-feira (1/9) durante os dedobramentos da operação Mister Hyde. A suspeita é de que tenha sido constituída uma organização criminosa que envolva procedimentos médicos desnecessários com o uso de órteses e próteses de qualidade inferior ou com data de validade vencida, compradas com preços superfaturados. No total 13 pessoas foram presas envolvidas no esquema.



Sete deles dos presos são médicos e os demais funcionários de hospitais, de clínicas e da empresa que estava no centro do esquema. A organização criminosa alvo de uma grande operação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e da Polícia Civil agia na capital federal com a participação de médicos e de empresários do ramo de prótese, um diretor de hospital, além de funcionários. Os advogados de defesa Wenner Costa Catanhêde e Rogério Gomes Damasceno entraram com um pedido de Harbeas Corpus ainda na quinta-feira (1/9), alegando ausência de fundamentação da decisão. O desembagador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) João Batista Teixeira aceitou o argumento, e a decisão de liberdade também foi estendida para outros três médicos presos.

De acordo com a Polícia Civil, as investigações começaram no ano passado, por meio de uma denúncia na internet, feita por um instrumentador cirúrgico.Segundo o delegado-chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DECO), Luiz Henrique Dourado, os golpes começavam pela identificação de um paciente que fosse um ;projeto econômico;, ou seja, um alvo para a realização dos procedimentos médicos desnecessários. O hospital entrava em contato com a empresa de venda de próteses e órteses, momento em que o médico alinhava com os funcionários o material que deveria ser incluído no procedimento cirúrgico e também as recompensas financeiras que receberiam pela ;indicação; do material, além de superfaturarem os preços. As gratificações eram pagas em dinheiro e por ;mimos;, como viagens, segundo a operação.

A Polícia Civil afirma que ao menos 60 pacientes foram lesados em 2016 por uma das empresas investigadas. O esquema criminoso movimenta milhões de reais em cirurgias, equipamentos e propinas.Os crimes teriam sido praticados nas esferas pública e privada da Saúde. A apuração da Mister Hyde evidencia casos em que cirurgias eram sabotadas pelos médicos para que o paciente necessitasse novos procedimentos, o que geraria lucro para o esquema. Além de utilizarem produtos vencidos, os envolvidos também trocavam produtos mais caros por outros de menor custo.

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