Cidades

Especialistas dão dicas de como contratar seguro residencial adequado

Muitas dúvidas surgem no momento de contratar o serviço, principalmente em relação às responsabilidades de proprietários e locatários e aos valores

postado em 12/09/2016 06:08 / atualizado em 14/10/2020 12:26

Juliana Miranda, 35 anos, fisioterapeuta" /> 
 
É na hora de alugar uma casa ou um apartamento que aparecem as dúvidas sobre as responsabilidades em relação aos gastos. O consumidor precisa estar atento a inúmeros detalhes, como no caso dos seguros residenciais. Muitas imobiliárias alegam que a contratação do benefício é obrigatória, mas, na prática, não é sempre que isso acontece. Além disso, existem dúvidas sobre de que lado deveria partir a contratação desse tipo de serviço e até que ponto os preços são adequados.

Os seguros residenciais são destinados a moradias individuais, como casas e apartamentos. A gerente da Precisa Empreendimentos Imobiliária, Rúbia Lima, explica que todo contrato tem uma garantia de cobertura básica, que cobre prejuízos provocados com incêndios, quedas de raio ou explosões. Também há adicionais que podem ser acertados com a seguradora, como ressarcimento de problemas causados involuntariamente por terceiros, furtos e danos de animais de estimação.
 
O diretor-geral de Organização de Vendas do Grupo Bradesco Seguros, Marco Antonio Gonçalves, afirma que uma das exigências da empresa para a garantia do seguro residencial é que o consumidor tenha casa própria ou pague aluguel. Ele reforça que cada companhia pode oferecer coberturas adicionais. “Aqui, nós oferecemos coberturas complementares e vários tipos de assistência. Isso depende do que a pessoa está procurando”, explica.

É preciso atenção. Segundo a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), existem duas modalidades do serviço: o do condomínio e o residencial. No caso do primeiro, o pagamento é obrigatório para cada morador. “Toda pessoa, ao pagar o condomínio, paga um seguro. Este é dividido entre os moradores e também conta com a cobertura de incêndio. A diferença é que ela cobre as áreas comuns do prédio”, ressalta a coordenadora institucional da entidade, Maria Inês Dolci. Para proteger a parte interna do imóvel, é necessário outro tipo de garantia, como o de um seguro residencial. “Isso é recomendável, mas depende da vontade de cada um”, completa.

A assessora parlamentar Débora Ferreira, 32 anos, não teve nenhuma informação sobre o benefício durante o processo de aluguel. “Eu acho interessante, mas pago o meu condomínio e acredito que o seguro oferecido por ele já basta. Não me imagino passando por problemas maiores. Conheço pessoas que não se mudam sem um contrato, mas estou bem assim”, diz.

A gerente Rúbia afirma que, apesar de o seguro ser um acordo entre locador e locatário, quando o contrato é feito com a imobiliária, a mesma fica responsável pela estipulação dos valores. “O preço é calculado a partir do imóvel e baseado no aluguel. Isso varia de acordo com a residência. É preciso estar atento, pois os residenciais ficam, normalmente, em torno de 100 vezes o que se paga de aluguel, e o locatário deve gastar uma franquia de até 1% do valor do imóvel”, detalha. Eles também podem ser feitos de forma particular, no qual o proprietário estipula a quantia e as cláusulas de seu interesse.

Brechas
O diretor-geral de Organização de Vendas Marco Antônio recomenda que o segurado fique alerta ao valor do patrimônio. “O consumidor precisa ser bem orientado, pois, o que pode ocorrer, é a contratação de um limite da cobertura inferior ao valor do bem”, afirma. Outro ponto importante é o pacote de benefícios, sem ônus, oferecido pelas seguradoras. “O seguro residencial é um serviço que busca conforto e agilidade, sem valores adicionais a quem contrata”, frisa.

De acordo com a Lei do Inquilinato, as taxas da casa e do seguro complementar residencial são de responsabilidade do dono da casa ou do apartamento (veja ilustração). Porém, nem sempre funciona assim. Há brechas na legislação e, com frequência, isso fica com quem aluga. Foi o caso da fisioterapeuta Juliana Miranda, 35, que locou um apartamento na Asa Norte há menos de um ano. “À época, eu e o meu marido não questionamos tal exigência. Procuramos várias seguradoras na internet e notamos valores bem discrepantes oferecidos por cada uma. Por fim, escolhemos a que cobrava um valor que achávamos adequado. Fizemos o contrato e colocamos no nome do proprietário, como nos foi solicitado”, relata.
 
 
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