A estudante que aplicou acidentalmente uma dose de vacina antirrábica para animais em si mesma corre um risco ainda maior de contrair a doença agora que ela tomou a imunização para humanos, segundo informou a Secretaria de Saúde do DF nesta terça-feira (13/9). Vitória Neres Negrini, 18 anos, se feriu com a agulha que usava para vacinar seu cachorro neste fim de semana e, por orientação de um médico, correu a um posto de saúde para tomar a vacina específica para humanos, que seria um "antídoto" contra a doença.
Por não encontrar a vacina na rede pública do DF, e para seguir o que o médico receitou, Vitória teve de ir ao município de Alexânia - a quase 100km da capital - para encontrar a substância e se imunizar. Porém, segundo a própria Secretaria de Saúde do DF, a recomendação correta que deveria ser passada à jovem é de que ela não tomasse mais nenhuma vacina contra a raiva, já que isso aumentaria o risco de contrair a raiva, pois ela só estaria "colocando mais vírus em seu organismo".
A vacina, tanto para animais quanto para humanos, coloca fragmentos de vírus inativos para que o organismo "aprenda a se defender da doença". A diferença entre as duas substâncias, entretanto, seria o grau de pureza delas. Dessa forma, o risco que Vitória corre por ter inoculado a vacina de seu cachorro seria de ela desenvolver uma reação alérgica, conforme explicou o médico veterinário Lauricio Monteiro.
"Um caso muito parecido com este já aconteceu em 2013. Um veterinário acabou se ferindo enquanto aplicava a vacina em um animal. A gente seguiu o manual de Normas Técnicas de Profilaxia de Raiva Humana que diz que o procedimento nestas circunstância seria esperar", explica Monteiro.
Em nota, a Secretaria de Saúde do DF negou que as vacinas estejam em falta na rede pública do DF e afirmou que a jovem só não foi imunizada por não que essa não seria a recomendação correta. O órgão também disse que médico que recomendou erroneamente uma nova dose de vacina para Vitória será orientado pela direção do Hospital.
O caso
O acidente ocorreu por volta das 18h deste domingo (11/9). Com 11 gatos e quatro cachorros em casa, a estudante Vitória Neres Negrini, 18 anos, preferiu buscar e aplicar a vacina contra a raiva nos animais. Porém durante a aplicação, um dos cães se exaltou e acidentalmente ela foi atingida pela agulha. Depois do fato, a jovem procurou o Hospital Regional do Paranoá (HRPa) e foi informada que deveria procurar o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Lá, ela foi consultada por um médico que receitou que ela tomasse a vacina antirrábica para uso humano.