Cidades

Médico não deveria receitar antirrábica para jovem, diz Secretaria de Saúde

Vitória Neres Negrini aplicou acidentalmente a vacina para cães em si e, por recomendação médica, teve que procura antídoto em Alexânia

postado em 13/09/2016 17:17

A estudante que aplicou acidentalmente uma dose de vacina antirrábica para animais em si mesma corre um risco ainda maior de contrair a doença agora que ela tomou a imunização para humanos, segundo informou a Secretaria de Saúde do DF nesta terça-feira (13/9). Vitória Neres Negrini, 18 anos, se feriu com a agulha que usava para vacinar seu cachorro neste fim de semana e, por orientação de um médico, correu a um posto de saúde para tomar a vacina específica para humanos, que seria um "antídoto" contra a doença.

Por não encontrar a vacina na rede pública do DF, e para seguir o que o médico receitou, Vitória teve de ir ao município de Alexânia - a quase 100km da capital - para encontrar a substância e se imunizar. Porém, segundo a própria Secretaria de Saúde do DF, a recomendação correta que deveria ser passada à jovem é de que ela não tomasse mais nenhuma vacina contra a raiva, já que isso aumentaria o risco de contrair a raiva, pois ela só estaria "colocando mais vírus em seu organismo".


A vacina, tanto para animais quanto para humanos, coloca fragmentos de vírus inativos para que o organismo "aprenda a se defender da doença". A diferença entre as duas substâncias, entretanto, seria o grau de pureza delas. Dessa forma, o risco que Vitória corre por ter inoculado a vacina de seu cachorro seria de ela desenvolver uma reação alérgica, conforme explicou o médico veterinário Lauricio Monteiro.

Vitória Neres Negrini aplicou acidentalmente a vacina para cães em si e, por recomendação médica, teve que procura antídoto em Alexânia

"Um caso muito parecido com este já aconteceu em 2013. Um veterinário acabou se ferindo enquanto aplicava a vacina em um animal. A gente seguiu o manual de Normas Técnicas de Profilaxia de Raiva Humana que diz que o procedimento nestas circunstância seria esperar", explica Monteiro.

Em nota, a Secretaria de Saúde do DF negou que as vacinas estejam em falta na rede pública do DF e afirmou que a jovem só não foi imunizada por não que essa não seria a recomendação correta. O órgão também disse que médico que recomendou erroneamente uma nova dose de vacina para Vitória será orientado pela direção do Hospital.

O caso

O acidente ocorreu por volta das 18h deste domingo (11/9). Com 11 gatos e quatro cachorros em casa, a estudante Vitória Neres Negrini, 18 anos, preferiu buscar e aplicar a vacina contra a raiva nos animais. Porém durante a aplicação, um dos cães se exaltou e acidentalmente ela foi atingida pela agulha. Depois do fato, a jovem procurou o Hospital Regional do Paranoá (HRPa) e foi informada que deveria procurar o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Lá, ela foi consultada por um médico que receitou que ela tomasse a vacina antirrábica para uso humano.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação