Cidades

Unesco quer que escolas intensifiquem atenção aos problemas ambientais

Conscientização sobre cuidado com o meio ambiente deve começar na infância, e o incentivo precisa ocorrer na escola. Segundo o órgão, 50% dos currículos no mundo não mencionam as mudanças climáticas

postado em 15/09/2016 06:10
Relatório apresentado na última semana pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostrou a importância não só de melhorar os índices educacionais em todo o mundo ; essencialmente nos países em desenvolvimento ;, mas também de intensificar a atenção para os problemas ambientais. De acordo com a organização, metade dos currículos nacionais em todo o mundo não mencionam explicitamente a mudança climática. Além disso, nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), quase 40% dos estudantes de 15 anos de idade têm apenas conhecimento básico sobre temas relacionados ao meio ambiente.

Rebeca Otero, coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, destaca que todas as metas traçadas pela Organização das Nações Unidades (ONU) para os próximos 15 anos têm como foco o desenvolvimento sustentável. O objetivo 4 é o que fala sobre educação. ;A educação tem que transcender o aspecto formal. Precisa levar aos indivíduos o sentido da educação ao longo da vida, para que eles consigam fazer boas escolhas para a vida deles e para o planeta;, resume.

A Unesco chegou, inclusive, a promover uma formação para professores com foco em mudanças climáticas. O objetivo é que esse conhecimento seja replicado entre os alunos e possa mostrar as pequenas ações cotidianas que reduzem o impacto de problemas ambientais. Rebeca destaca que é importante os estudantes conhecerem o entorno da cidade em que vivem e que essa é uma questão de comportamento que precisa ser ensinada desde a educação infantil. ;Esses temas transversais ainda são mais desenvolvidos nos currículos locais, nos municípios e estados, porque ainda não temos uma Base Nacional Curricular;, avalia. ;O que precisamos é sistematizar um pouco mais esse conteúdo;, conclui.

Foi esse o objetivo da Plenarinha deste ano, projeto que foi estendido a toda a rede pública de ensino do Distrito Federal. As crianças matriculadas nas escolas da educação infantil estão discutindo o tema central ;A cidade e o campo que queremos;. O subsecretário de Educação Básica, Daniel Crepaldi, explica que cada regional de ensino está discutindo com as escolas os projetos elaborados, e destacando temas como a importância de se economizar água, de manter a escola limpa, de respeitar as leis de trânsito e de combater os focos de dengue na cidade. ;A ideia é formar cidadãos conscientes do ambiente em que vivem e da cidade em que moram;, resume.

A culminância do projeto ocorrerá na próxima semana, com uma apresentação na Câmara Legislativa do DF. Escolas de cada regional levarão os projetos desenvolvidos durante o ano para serem mostrados na quarta e na sexta-feira, a partir das 9h. A própria Câmara arcará com as despesas do evento e fornecerá o lanche para as crianças. A ideia, destaca Crepaldi, é dar voz a elas e deixá-las levar as próprias demandas ao Legislativo. ;A essência do projeto é ensinar que eles têm direitos e deveres e, quando exercem os direitos e cumprem os deveres, tornam-se cidadãos melhores;, completa.

No Jardim de Infância da 312 Norte, a cidade que as crianças querem é livre do mosquito aedes aegypti. Eles montaram uma casa com pneus preenchidos com areia para não acumular água, caixa d;água bem fechada e repelente para não deixar o mosquito picar. ;A gente fez uma casa para aprender a cuidar da casa de todo mundo. Não pode deixar água parada;, ensina Samira Lira Alvarenga, 5 anos. Camilly Vitória da Silva, 5, sabe todas as doenças que o mosquito pode transmitir: dengue, chicungunha e zika vírus. A turminha também conhece as consequências da picada, como dor no corpo ou até microcefalia em bebês.
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