Cidades

Clínica de bronzeamento artificial é interditada após morte de estudante

Técnicos da Vigilância Sanitária estiveram no endereço, na Asa Sul. Em área residencial, a casa também funcionava como pousada

Ailim Cabral, Luiz Calcagno
postado em 15/09/2016 11:19
Técnicos da Vigilância Sanitária recolheram quatro macas e uma bomba de dedetização, supostamente utilizada para aplicar produtos químicos nos clientesA Vigilância Sanitária fechou, nesta quinta-feira (15/9), a clínica de bronzeamento natural Belo bronze, onde a jovem Nara Farias Preto, 20 anos, se submeteu a uma sessão de bronzeamento antes de morrer. O estabelecimento funcionava no terceiro andar de uma residência também usada como pousada no Bloco A da 705 Sul. Técnicos do órgão recolheram quatro macas e uma bomba de dedetização, supostamente utilizada para aplicar produtos químicos nos clientes. Os dois primeiros andares da construção foram interditados.
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A proprietária e locadora do local, Lilian Torres, compareceu ao endereço acompanhada de um advogado. Ela disse que entrou com uma ação de despejo contra o locatário, e que estava ;abalada; com a morte de Nara. Ela disse que mora no Rio de Janeiro e que estava em Brasília para tratar de negócios quando soube do incidente. Identificado como Rolland Carvalho, o defensor a levou embora logo após a entrevista.

Moradores que alugavam quartos, também despejados do local, disseram que não sabiam da existência da clínica. Nara deu entrada no Hospital da Forças Armadas (HFA) na tarde de terça-feira (13/9) reclamando de dores e fraqueza. Os médicos diagnosticaram que a jovem sofreu queimaduras de primeiro grau e também desidratação depois do bronzeamento artificial. Nara teve duas paradas cardíacas, foi reanimada pela equipe médica e depois transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular do Lago Sul. A vítima faleceu por volta das 2h desta quarta-feira (14/9).

A família registrou ocorrência na 10; Delegacia de Polícia (Lago Sul). A jovem passou pelo processo de bronzeamento natural no último sábado (10/9) em uma clínica da Asa Sul. Depois disso, ela passou a reclamar de dores com os familiares. Nara também não conseguir dormir por duas noites, até que os parentes decidiram levá-la para o HFA. Lá, os médicos constaram que a jovem estava com insolação e desidratada.

[SAIBAMAIS]Na página da clínica nas redes sociais é dito que o processo não agride a pele, e também não apresenta riscos à saúde. O Correio esteve no local, mas ninguém atendeu. A reportagem também tentou contato nos números indicados nas postagens da empresa, em um deles, a pessoa disse desconhecer o estabelecimento.

Cuidados
O procedimento só pode ser realizado em horários em que a luz solar não agride a pele. Por isso, na maioria das vezes, é feito das 7h até, no máximo, às 10h. Para obter a cor desejada, é passado um produto com princípio ativo que acelera o bronzeamento. Para isso, é necessário o acompanhamento de um profissional da área, que molhará o cliente a cada 10 minutos e também oferecerá água de coco para evitar a desidratação. A técnica não pode ser usada no rosto. Antes de ser exposto ao sol, o paciente também deve tomar um café da manhã reforçado. O tempo máximo de exposição é de 1h30, no caso de Nara, ela ficou exposta por quase 4 horas.
Com informações de Júlia Campos.

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