Isa Stacciarini
postado em 15/09/2016 15:22
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, e o presidente da OAB DF, Juliano Costa Couto, além de autoridades do Judiciário nacional e local marcaram presença no velório dos procuradores Saint;Clair Martins Souto, 78 anos, e do filho dele, Saint;Clair Diniz Souto, 38. Pai e filho residiam no DF e respondiam, respectivamente, à capital Federal e ao Rio de Janeiro (RJ). Eles foram assassinados na última sexta-feira (9/9), por José Bonfim Alves de Santana, administrador da Fazenda Santa Luzia, pertencente à família, em Mato Grosso.
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A capela ficou cheia durante toda a despedida. O advogado Paulo Marcelo de Carvalho, sócio do Saint;Clair Martins desde 1996, lamentou o crime bárbaro. Ele contou que não há comunicação na fazenda e que, toda vez que pai e filho viajavam, informavam a família por telefone, assim que deixavam o município de Vila Rica. O silêncio deixou a família apreensiva e, nesta segunda (12/9), a advogada Elizabeth Diniz, começou ligar atrás do marido e do filho. Nos telefonemas, conversou com o José Bonfim, que disse achar estranho que as vítimas ainda não tivessem chegado a Brasília. Ela falou com o próprio assassino.
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A capela ficou cheia durante toda a despedida. O advogado Paulo Marcelo de Carvalho, sócio do Saint;Clair Martins desde 1996, lamentou o crime bárbaro. Ele contou que não há comunicação na fazenda e que, toda vez que pai e filho viajavam, informavam a família por telefone, assim que deixavam o município de Vila Rica. O silêncio deixou a família apreensiva e, nesta segunda (12/9), a advogada Elizabeth Diniz, começou ligar atrás do marido e do filho. Nos telefonemas, conversou com o José Bonfim, que disse achar estranho que as vítimas ainda não tivessem chegado a Brasília. Ela falou com o próprio assassino.
;Ele informou que o pai e o filho tinham deixado a fazenda no sábado, e demonstrou estranhamento. Eles ficaram de se falar novamente em uma hora e meia, mas ele nunca mais atendeu aos telefonemas de Elizabeth;, contou Paulo. Na próxima ligação de Elizabeth, ela soube que o caseiro não estava mais na cidade. Parentes pensaram que se tratasse de um sequestro e, depois, um acidente. Com a localização do carro, a família ficou preocupada. ;A relação do funcionário com a família já durava 8 anos. Há um ano e meio, Saint;Clair Martins começou a estranhar o desaparecimento de cabeças de gado. Mas ele jamais iria enfrentá-lo;, concluiu Paulo Marcelo.
[SAIBAMAIS]Sobrinho do procurador aposentado, o servidor público Elvecio Martins Soares Souto, 56 anos, confirmou que a viúva do advogado falou com o assassino na manhã de segunda-feira, porque o administrador da fazenda era uma pessoa de extrema confiança da família. ;Como o contato na fazenda é impossível, ela manteve contato com o Bonfim. Ele disse que os dois tinham antecipado a viagem para o sábado e deveriam ter chegado no domingo em Brasília, porque é um dia de viagem. Ele ainda dissimulou outras informações, mas disse que pegaria a moto e iria a fazenda para saber de mais alguma coisa. Essa informação foi dada pelo assassino depois que ele já tinha executado pai e filho brutalmente.;
Ainda segundo o servidor, o assassino já tinha ido à fazenda da família em Unai, frequentado a casa das vítimas e até dele. ;De dois a três meses meu tio ia a fazenda e costumava andar de cavalo com o Bonfim, como aconteceu na hora da morte. A desconfiança com o nome dele começou quando ele não atendia mais as ligações. Imaginávamos que ele poderia ter algum envolvimento em outra ocasião, como um latrocínio (roubo seguido de morte), mas nunca desse jeito;, alegou. Elvecio contou que a viúva do idoso perdeu recentemente duas irmãs. ;Ela é uma fortaleza, mas ninguém é forte o suficiente para um caso desses;, lamentou.
Sem arrependimentos
Dois dias depois de assassinar Saint;Clair Martins Souto e Saint;Clair Diniz Souto, 38, José Bonfim fez um churrasco na casa dele, em Vila Rica (MT), município distante aproximadamente 1,3 mil quilômetros de Cuiabá. A frieza do vaqueiro chamou atenção dos investigadores. Para a Polícia Civil do Mato Grosso, o funcionário da fazenda dos dois advogados premeditou o duplo homicídio. ;Sem motivo específico, ele reuniu alguns amigos e parentes;, confirmou Gutemberg de Lucena, delegado de Vila Rica.
No interrogatório, na noite de terça-feira, no Tocantins, deu detalhes do crime: contou ter dado quatro tiros em cada vítima e chegou a desenhar um mapa indicando onde deixou os corpos de pai e filho. Eles passaram por necrópsia em uma funerária da cidade mato-grossense e seguiram em um avião fretado para Brasília. ;Eu matei os dois, pai e filho. Agora, vou pagar pelos meus erros;, afirmou José Bonfim, em entrevista à TV Anhanguera, de Tocantins.
Na manhã de sexta-feira, dia do crime, Bonfim e Saint;Clair Martins Souto andavam a cavalo em uma área de pastagem, com mato alto, quando o vaqueiro atirou no advogado. ;Depois, chamou o filho alegando que o pai havia caído do animal e precisava de ajuda. Nesse momento, Saint;Clair Diniz Souto também foi assassinado;, contou Flávio Stringueta, delegado-chefe da Gerência de Combate ao Crime Organizado (MT).
Investigadores encontraram os corpos a aproximadamente 1,5km da sede da fazenda. José Bonfim afirmou à polícia ter assassinado pai e filho dentro da propriedade, agindo sozinho. Após o crime, teria voltado com os cavalos para a sede. Mesmo assim, a polícia aguarda o laudo pericial para constatar se o que ele diz é verdade. Ainda na manhã de ontem, peritos estiveram no local do crime para apuração dos fatos. À tarde, servidores da Perícia Oficial e Identificação Técnica de Mato Grosso (Politec) fizeram a necrópsia. Os profissionais saíram do município de Confresa, a cerca de 100km de Vila Rica. A polícia do estado já havia pedido a prisão temporária dele e de um suposto comparsa.
No fim da tarde de ontem, José Bonfim seguiu escoltado de avião de Palmas para Vila Rica, onde foi ouvido pelo delegado responsável pelo caso, Gutemberg de Lucena. A qualquer momento, deve ser levado para a Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá. A polícia ainda investiga as contas bancárias de José Bonfim ; segundo os investigadores, a movimentação não corresponde à renda de R$ 1,2 mil mensais que ele recebia na fazenda.
O caso mobilizou as polícias civis do DF, Mato Grosso e Tocantins. Até os chefes do Executivo dos estados pediram apoio. O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), entrou em contato com o governador mato-grossense, Pedro Taques (PSDB), pedindo apoio para o caso.
Dois dias depois de assassinar Saint;Clair Martins Souto e Saint;Clair Diniz Souto, 38, José Bonfim fez um churrasco na casa dele, em Vila Rica (MT), município distante aproximadamente 1,3 mil quilômetros de Cuiabá. A frieza do vaqueiro chamou atenção dos investigadores. Para a Polícia Civil do Mato Grosso, o funcionário da fazenda dos dois advogados premeditou o duplo homicídio. ;Sem motivo específico, ele reuniu alguns amigos e parentes;, confirmou Gutemberg de Lucena, delegado de Vila Rica.
No interrogatório, na noite de terça-feira, no Tocantins, deu detalhes do crime: contou ter dado quatro tiros em cada vítima e chegou a desenhar um mapa indicando onde deixou os corpos de pai e filho. Eles passaram por necrópsia em uma funerária da cidade mato-grossense e seguiram em um avião fretado para Brasília. ;Eu matei os dois, pai e filho. Agora, vou pagar pelos meus erros;, afirmou José Bonfim, em entrevista à TV Anhanguera, de Tocantins.
Na manhã de sexta-feira, dia do crime, Bonfim e Saint;Clair Martins Souto andavam a cavalo em uma área de pastagem, com mato alto, quando o vaqueiro atirou no advogado. ;Depois, chamou o filho alegando que o pai havia caído do animal e precisava de ajuda. Nesse momento, Saint;Clair Diniz Souto também foi assassinado;, contou Flávio Stringueta, delegado-chefe da Gerência de Combate ao Crime Organizado (MT).
Investigadores encontraram os corpos a aproximadamente 1,5km da sede da fazenda. José Bonfim afirmou à polícia ter assassinado pai e filho dentro da propriedade, agindo sozinho. Após o crime, teria voltado com os cavalos para a sede. Mesmo assim, a polícia aguarda o laudo pericial para constatar se o que ele diz é verdade. Ainda na manhã de ontem, peritos estiveram no local do crime para apuração dos fatos. À tarde, servidores da Perícia Oficial e Identificação Técnica de Mato Grosso (Politec) fizeram a necrópsia. Os profissionais saíram do município de Confresa, a cerca de 100km de Vila Rica. A polícia do estado já havia pedido a prisão temporária dele e de um suposto comparsa.
No fim da tarde de ontem, José Bonfim seguiu escoltado de avião de Palmas para Vila Rica, onde foi ouvido pelo delegado responsável pelo caso, Gutemberg de Lucena. A qualquer momento, deve ser levado para a Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá. A polícia ainda investiga as contas bancárias de José Bonfim ; segundo os investigadores, a movimentação não corresponde à renda de R$ 1,2 mil mensais que ele recebia na fazenda.
O caso mobilizou as polícias civis do DF, Mato Grosso e Tocantins. Até os chefes do Executivo dos estados pediram apoio. O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), entrou em contato com o governador mato-grossense, Pedro Taques (PSDB), pedindo apoio para o caso.