Luiz Calcagno
postado em 20/09/2016 06:00
Ao menos 11 pessoas morreram em acidentes em vias que cortam o Distrito Federal entre a madrugada de sexta-feira e o fim da manhã desta segunda. Mais de duas por dia, no período. A série de acidentes fatais reflete a tendência de crescimento das estatísticas em 2016. Entre janeiro e agosto deste ano, 258 pessoas morreram vítimas de tragédias no asfalto, mais de uma ocorrência por dia e 12 a mais que no mesmo período do ano passado. A última vítima foi a jovem Gabriela Bonifácio Duarte, 14 anos, que estava de carona com um amigo. Vinícius Rodrigues Figueiredo Alves, 18, perdeu o controle do carro que dirigia, um Ford Fiesta branco, e bateu em cheio na traseira de um ônibus da empresa Vaztur, que levava passageiros de Girassol (GO) para o Plano Piloto. O impacto concentrou-se, principalmente, no lado direito do veículo, onde a jovem estava sentada. Ela sofreu traumatismo craniano e hemorragia na face.
Outras famílias encaram dor semelhante à dos pais de Gabriela. O Instituto de Medicina Legal (IML) liberou, na tarde de ontem, os corpos de Gabriel Santos Fernandes, 26 anos, e dos filhos dele, uma menina de 4 e um menino de 7. Gabriel dirigia um Chevette em uma via de mão dupla que faz a ligação entre o trecho de Ceilândia, da BR-070, e o de Brazlândia, da BR-080, no sentido da Fundação Assistencial dos Servidores do Incra (Fassincra). Ele teria tentado ultrapassar quatro carros em uma descida íngreme. Do lado oposto, uma caminhonete seguia rumo a Ceilândia. O pai tentou voltar à faixa da direita, não conseguiu e bateu, primeiro em um Chery, e, na sequência, em um Gol, rodou e recebeu o impacto violento de um Clio.
E as tragédias não param por aí. Entre a madrugada e a manhã de sexta-feira, duas pessoas morreram e uma ficou ferida em dois acidentes diferentes. Um motociclista atropelou uma pedestre na BR-070, em Ceilândia, por volta de 3h40. Jean Victor Andrade Muniz, 20, pilotava o veículo e atingiu Luzia Janaína Gonçalves Mendonça, 33. Ambos morreram no local. Uma idosa também foi atropelada por um ônibus enquanto, segundo testemunhas, fugia de assaltantes, no Recanto das Emas. Na tarde de sábado, por volta de 18h22, um motociclista morreu após se chocar com um carro. Um pouco mais tarde, o também motociclista Eduardo Andreotti da Silva, 31, morreu após ser atingido por um Fiat Fiorino conduzido por Alcini Pascoal Alves Pereira.
Ainda no sábado, Mozar Feliciano conduzia um Siena quando perdeu o controle e bateu em um poste na BR-080, entre a DF-451 e o balão do Incra 8, em Brazlândia. O poste caiu sobre o veículo ocupado por quatro pessoas. Três ficaram feridas. O motorista morreu. Na manhã de domingo, um homem de 37 anos atropelou um idoso de 70 na BR-020. A vítima era moradora do Condomínio Vivendas Nova Petrópolis e foi atingida quando atravessava a pista em frente ao conjunto.
Agentes da 4; Delegacia de Polícia (Guará) investigam as circunstâncias do acidente que tirou a vida de Gabriela. À polícia, Vinícius Rodrigues contou que era amigo da jovem e estava dando uma carona a ela. O rapaz contou, ainda, que eles saíram da escola. Ele pegou a marginal e se manteve à esquerda, na velocidade da via, mas, ao entrar na faixa da direita, deparou-se com o ônibus, que estava parando na parada, e não conseguiu frear. O motorista do coletivo, por sua vez, disse que estava parado, desembarcando passageiros, quando sentiu o impacto. A via, com duas faixas no trecho, não tem recuo nas paradas de ônibus.
As 11 mortes aconteceram nos primeiros dias da comemoração da Semana Nacional do Trânsito (SNT) no Distrito Federal, e no ano em que a campanha Paz no Trânsito completou 20 anos. O diretor do Departamento de Trânsito do DF (Detran), Jayme Amorim de Souza, destacou a importância de os motoristas respeitarem a sinalização e se manterem atentos para evitar tragédias. Disse que o órgão continua a investir em ações educativas e de fiscalização, e garantiu que vai intensificar operações. ;Precisamos manter as campanhas educativas, as equipes nas ruas e contar com a imprensa para que as pessoas se conscientizem. Temos três meses pela frente e vamos intensificar as ações e evitar que o número de mortes, este ano, ultrapasse os de 2015;, disse.
A matéria completa está disponívelaqui, para assinantes. Para assinar, clique