A mulher que teve uma cidade inteira torcendo para que ela conseguisse, enfim, um coração novo começa a se recuperar do procedimento. Dinalva Gomes, 39 anos, passou pelo transplante de coração na madrugada do último sábado (17/9) e, apesar, de ainda estar em estado grave, segue na luta.
A história de Dinalva poderia se tornar o enredo de um filme. No dia 6 de setembro, após 7 anos de espera por um transplante de coração, a moradora de Ceilândia Sul teve a sua primeira oportunidade de conseguir o órgão.
Os minutos que se seguiram à primeira ligação do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) foram de euforia e preocupação. Em casa, a mulher tinha apenas 30 minutos para chegar ao centro cirúrgico e se preparar para o procedimento. Se demorasse mais, perderia o órgão.
A operação
Ao chegar na parte superior do viaduto de Samambaia, veio o desespero: a via estava engarrafada. O marido de Dinalva, Gisélio Pereira de Sena, 39, teve a ideia de acionar o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Os paramédicos mobilizaram uma ambulância e quatro motociclistas. Ao encontrar o carro de Gisélio, moveram Dinalva para a ambulância e com a ajuda dos socorristas, que usaram a faixa exclusiva da Estrada Parque Taguatinga, ela chegou ao ICDF em 8 minutos.
No entanto, a história foi interrompida por outro revés. A equipe médica descobriu, após exames pré-operatórios, que Dinalva não poderia passar pelo procedimento, pois tinha complicações de saúde. O coração foi transplantado em um segundo paciente, que também aguardava, ansioso, na fila de espera.
Dinalva voltou para casa e 11 dias depois o telefone tocou novamente, um novo coração estava à sua espera. Ela passou pelo procedimento na madrugada do dia 17 deste mês.
Diferente do que havia sido informado no dia seguinte à cirurgia, Dinalva não rejeitou o coração. O estado de saúde precário da paciente exigiu que ela ficasse ligada a uma máquina chamada ecmo. O aparelho promove uma circulação extra corpórea e permite que o coração e o organismo se recuperem.
Hoje, Dinalva ainda se encontra em estado grave, mas já não depende da máquina para bombear o sangue pelo corpo. O coração funciona e ela começa o processo de recuperação. Os que acompanharam a saga da mulher continuam torcendo para que a história tenha um final feliz.