Cidades

Neto de Gandhi, o sul-africano Arun participa de encontro em Brasília

Ele chama a atenção ao amor, à educação e à convivência como forma de transformação da sociedade. Segundo ele, o fim da violência deve partir de cada um

Isabella de Andrade - Especial para o Correio
postado em 23/09/2016 06:10

Ele chama a atenção ao amor, à educação e à convivência como forma de transformação da sociedade. Segundo ele, o fim da violência deve partir de cada um

O pacifista Arun Gandhi, 78 anos, é o quinto neto de Mohandas Mahatma Gandhi. Nascido na África do Sul, ele segue os preceitos que aprendeu durante a convivência com um dos maiores pacifistas de nosso tempo (leia Para saber mais). E ressalta que a construção de um cotidiano sem violência deve partir de cada um. Durante palestra no Congresso Internacional RePacificar, no Templo da Boa Vontade, Arun falou sobre religião, educação, convivência, amor e relacionamento. ;Os deuses estão dentro de nós, não estão fechados nos templos. Não adianta praticarmos a paz apenas dentro das igrejas. O meu avô acreditava que a religião mais verdadeira sempre foi servir aos pobres;, afirmou.

Sereno, o neto de Gandhi levantou temas sociais importantes. Destacou o despertar de todos os povos, sendo que qualquer governo ou democracia precisa de um povo desperto, fora da inércia. ;É preciso lembrar que a melhor maneira de fazer esses protestos é tendo por base a cultura da não violência. Uma só pessoa pode fazer muita diferença, então, todos nós podemos fazer algo para transformar;, defendeu.

No encontro, que tem como objetivo se tornar um evento destinado à construção de pontes entre países e a reunião de grandes nomes da cultura da paz, Arun Ghandi não deixou de frisar que cada um deve buscar continuamente a verdade dentro de si. Os pais seriam os primeiros a plantar essas sementes nos filhos. ;Eu cresci em uma família em que acreditávamos na não violência dentro e fora de casa. O meu avô sempre dizia que a nossa mente deve ser como um quarto de janelas abertas, deixando a brisa entrar, mas sem se deixar levar por essas brisas. Temos de lembrar que a paz não é inerte, é o trabalho corajoso de quem faz despertar uma nova consciência nos homens;, ensinou.

Arun é o maior divulgador da filosofia do avô e comanda um instituto de educação pela não violência na Índia. ;É preciso mudar individualmente os nossos próprios pensamentos e atitudes e, depois, expandir para os nossos familiares e a outras pessoas que convivemos;, detalhou. Em relação ao sistema educacional, ele lembrou que, atualmente, as crianças aprendem apenas sobre dinheiro e carreira. ;Elas têm de aprender sobre relacionamento, caráter, valores. Com isso, a educação estaria completa;, avaliou.

O neto de Gandhi disse, ainda, que as religiões não cumprem os próprios princípios que pregam e acabam por gerar mais ódio e conflito, no lugar de promover paz e felicidade. Em relação à convivência pacífica e às tentativas de pregar a ausência de violência, Arun concluiu: ;Temos de responder sempre com amor, não mostrar ódio ou frustração, amá-los, respeitá-los e, eventualmente, eles se abrem.; O tema do Congresso Internacional RePacificar neste ano é ;Ser a mudança que queremos ver no mundo;. O encontro termina hoje com mais palestras.

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