Jornal Correio Braziliense

Cidades

Só em 2016, 15 mulheres foram mortas por homens dos seus convívios afetivos

Entre elas, está a estudante Louise Maria Ribeiro, morta na Universidade de Brasília (UnB); "tornou-se banal", diz o pai da jovem

;Quero que ele tenha ampla defesa, que tenha oportunidade de justificar o que fez ; se conseguir. Não tenho nada contra a família dele. Para eles, deve ser difícil também, criar um filho para isso. Eu pelo menos sei a filha que criei;, pondera Ronald, perto do ipê plantado no IB em homenagem a Louise. Daqui a alguns anos, ele dará flores na cor rosa, a preferida da jovem. No Ibama, também foi plantada uma quaresmeira. Os dois locais são visitados quase que diariamente pelo pai. ;É saudade, né? Venho, dou uma olhada, depois vou embora;, conta Ronald, o porto seguro da mulher e das outras duas filhas.

Tipificação
Tipificar o crime como feminicídio será uma das tentativas dos advogados. A qualificação é aplicada desde março de 2015 a crimes que acontecem em contexto de violência doméstica ou de relações afetivas entre a vítima e o agressor (leia O que diz a lei). De março a dezembro do primeiro ano de efetividade da lei, o Governo do DF contabilizou 5 assassinatos. Até setembro de 2016, o número de mulheres mortas é três vezes maior. ;Não estamos de forma nenhuma satisfeitos com esse resultado. Uma vida tem que ser respeitada, sobretudo, se o elemento presente é uma questão de gênero;, afirma a secretária de Segurança Pública e Paz Social do DF, Márcia de Alencar.

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A secretária admite que, a longo prazo, a cultura de violência contra a mulher só será rompida definitivamente por meio da educação. No entanto, no DF, por parte da própria Secretaria de Educação, por exemplo, não há projetos contínuos em prol dessa mudança cultural. Por meio da assessoria de imprensa da pasta, apenas um trabalho foi citado, feito em comemoração aos 10 anos da Lei Maria da Penha. Um dos programas do governo em andamento é, mais uma vez, na área da segurança pública. Um aplicativo será desenvolvido para que as mulheres vítimas de violência e atendidas por medidas protetivas possam acionar a polícia mais rapidamente.

Colaborou Adriana Bernardes

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