Cidades

Hospital é condenado a indenizar técnica em enfermagem que sofreu aborto

Profissional fez muito esforço físico durante o expediente, segundo o Tribunal Regional do Trabalho (TRT)

postado em 17/10/2016 18:40

Um hospital de Brasília foi condenado pelo Tribunal Regional do Trabalho do DF (TRT-DF) a indenizar em R$ 200 mil uma técnica de enfermagem que sofreu um aborto de gêmeos por conta do alto esforço físico realizado durante o expediente de trabalho. Quando estava grávida, ao pedir para fazer um trabalho mais leve, a profissional disse que chegou a ouvir dos chefes que "gravidez não era doença". A unidade de saúde ainda pode recorrer da decisão.

A técnica, que trabalhava na UTI adulto do Hospital Santa Luzia, na Asa Sul, contou que, ao informar aos seus superiores de que tinha uma gravidez de risco, passou a sofrer assédio moral. Ela disse ainda que sofreu ameaças de demissão ao mostrar um atestado médico que alertava sobre os riscos que ela sofreria se realizasse esforço físico.


Por orientação médica, a trabalhadora pediu aos chefes uma alteração de sua função, já que ela não poderia mais pegar pesos e nem subir e descer escadas - atividades requeridas no setor em que trabalhava. Porém, a técnica de enfermagem passou apenas dois dias em uma setor mais leve, segundo informações do TRT, voltando logo em seguida a cuidar de pacientes internados. Ao questionar a chefia sobre a determinação de voltar a trabalhar na UTI, a gestante teria ouvido, então, que "gravidez não era doença".

Em 8 de abril de 2015, época em que estava grávida de dois meses, a técnica afirmou ter sofrido o aborto dos gêmeos por conta do esforço no transporte de um paciente entubado.

A reportagem entrou em contato com o Hospital Santa Luzia, mas até a publicação não obteve retorno.

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