Jornal Correio Braziliense

Cidades

Empresas geraram boletos antecipados para faturar R$1 milhão do BRB

A conduta foi revelada na terceira fase da operação Revés que investiga uma fraude milionária contra a instituição fincanceira



A Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF) responsável pelas investigações estima que ao menos 53 pessoas participaram do esquema. As prisões dos sócios da empresas Gama Autocenter, Ferragens Guarani e De Gata Calçados, todas localizadas no Gama, ocorreram na tarde desta terça-feira. Dentro da estrutura, os donos dos estabelecimentos anteciparam pagamentos a fornecedores, seja de forma parcelada ou com adicional de juros. Isso em até seis meses. ;Em um momento de crise em que o país vive, isso é algo suspeito. Os repasses eram feitos de maneira online na conveniência usada na fraude, porém o valor não era recolhido. Assim a instituição financeira arcava com o prejuízo;, detalhou o chefe da DRF, Fernando César.

A fraude ocorreu em um posto de conveniência bancária do BRB em uma loja denominada Gama Latas. As investigações apontam que o esquema inicialmente funcionou da seguinte forma: um funcionário fantasma, que utilizava o registro civil de uma vítima de roubo, autorizava as transações irregulares no correspondente bancário. Ele fez 22 depósitos para diferentes empresas e pessoas físicas, em um total de R$ 102.100. Além disso, pagou, com recursos do BRB, boletos falsos em benefício de várias empresas, entre as quais postos de combustíveis, distribuidora de alimentos, companhia de serviços aeroportuários de transporte e agências de turismo. A DRF contabilizou R$ 3,38 milhões em pagamentos.

A primeira fase e segunda fase da operação Revés foram deflagradas entre 4 e 13 de outubro. Na ocasião, os agentes cumpriram 37 mandados de prisão de pessoas com envolvimento no esquema. Dessas quatro permanecem presas: O empresário Ramon Carvalho Maurício, dono da conveniência, Lívia Dantas Maurício, Letícia Dantas Maurício (filhas de Ramon) e Gabriel Maurício Martins (marido de Letícia). A Polícia ainda procura três foragidos: Os irmãos Daniel Maurício Martins e Lourenço Maurício Mantis (sobrinhos de Ramon) e Ramon Carvalho Maurício Filho. Os dois primeiros realizaram o treinamento de um funcionário fantasma para operar o esquema.

Boletos Verdadeiros

A segunda fase da Operação Revés identificou que além de boletos falsos, um dos responsáveis pelo esquema convocou empresários da região para anteciparem pagamentos das dívidas. O segundo esquema ocorreu sem o conhecimento do dono do posto de conveniência, Ramon Carvalho Maurício, apontado como um dos maiores beneficiados com a fraude. O gerente do estabelecimento Gabriel Maurício Mantins, e seus irmãos Daniel Maurício Martins e Lourenço Maurício Martins, que também possuem um posto do BRB na região foram responsáveis pela captação das três empresas que anteciparam o pagamento de fornecedores e tributos.