Jornal Correio Braziliense

Cidades

DF é a quarta unidade da Federação com mais registros do câncer de mama

A estimativa para 2016 é de 67,74 casos a cada 100 mil mulheres. Especialistas defendem melhorias na prevenção e no combate a esse tipo de tumor



Apesar de não ter mamógrafos, até outubro, o Hospital de Base (HBDF) recebeu 2,9 mil pacientes. Em todo o ano passado, os casos chegaram a 1,9 mil doentes. Ao todo, 193 mulheres passaram pelo procedimento de mastectomia e 60% das pacientes fizeram reconstrução mamária logo após a cirurgia. ;A ideia é ampliar isso para outros hospitais. A medida ajuda na recuperação das mulheres, sobretudo as mais jovens;, argumenta a coordenadora de Mastologia da Secretaria de Saúde, Fernanda Salum.

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Na última quarta-feira, a Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília (Recomeçar) vistoriou o Hospital de Base. A ONG acompanha o tratamento de câncer de mama oferecido em Brasília desde 2011 e notificou falhas no serviço. ;As mulheres se queixam da dificuldade. Não está se conseguindo detectar a doença precocemente. O primeiro passo é corrigir as deficiências para realização de mamografia. Isso atrapalha todo o diagnóstico;, critica a presidente e fundadora da entidade, Joana Jeker dos Anjos. Atualmente, o grupo pleiteia um psicólogo para dar apoio no processo de reconstrução mamária tardia do Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

Em 2017, completa uma década que a comerciante aposentada Cláudia de Moraes, 54 anos, recebeu o diagnóstico de câncer de mama. ;Começou com dores mamárias. Quando o médico disse que faria uma biópsia, fiquei nervosa, preocupada. Entrei em desespero quando recebi o resultado. Chorei três semanas seguidas;, lembra a moradora da Asa Sul. Ela enfrentou oito sessões de quimioterapia, oito de radioterapia e retirou totalmente o seio direito. ;Conheci mulheres que me deram força. Isso me fortaleceu para continuar;, detalha. Desde então, ela convive com mulheres que passam pela mesma situação. ;Na minha época, foi mais fácil. Hoje, eu percebo dificuldades maiores. Há mulheres que fazem a cirurgia e, três meses depois, não conseguem fazer a radioterapia;, destaca.