Investigadores da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap) passaram o dia na sede da Secretaria de Saúde, no fim da Asa Norte, nesta quinta-feira (27/10). Policiais vasculharam computadores, colheram depoimentos, analisaram o uso de senhas e os acessos no sistema de ponto ; alvo de uma fraude que deletou informações de 32 mil servidores. Sem as referências, não é possível, por exemplo, pagar horas extras de médicos e enfermeiros. Em 15 dias um laudo pericial com esclarecimentos sobre a sabotagem deve ser divulgado.
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Os gestores do sistema já prestaram depoimento. O principal desafio é confirmar se o ataque ocorreu dentro da Secretaria de Saúde ou se houve uma interferência externa, de algum hacker, por exemplo. Policiais recolheram imagens do circuito interno de segurança para identificar as pessoas que estiveram na Subsecretaria de Gestão de Pessoas (Sugep) entre a quarta e a sexta-feira da semana passada. Os investigadores trabalham para comprovar a materialidade do crime e averiguar se foi um ato intencional. O site do Correio antecipou o caso com exclusividade na manhã de quarta-feira (26/10).
;Dependemos de laudos técnicos. É uma investigação baseada em levantamentos técnicos. Estamos identificando e analisando os computadores e as senhas de acesso;, destaca o delegado-chefe da Decap, Alexandre Linhares. Os peritos investigam supostos empréstimos de senha entre servidores. ;Não é difícil de constatar. Todo o mecanismo de tecnologia de informação deixa rastro. A apuração tem de ser feita de forma criteriosa e isso torna o trabalho lento;, completa Alexandre.
Denúncia
O Sindicato dos Servidores da Saúde (SindSaúde) divulgou uma nota em que diz ter recebido denúncias sobre a suposta autoria do sumiço dos dados. Segundo o texto, um funcionário do setor que foi exonerado há cerca de seis meses esteve na Sugep na semana passada. ;Ele teria afirmado que sem ele a Secretaria ficaria ;sem ponto;;, destaca trecho do texto. Fontes da Secretaria de Saúde dizem que os indícios apontam para um servidor de carreira. A Polícia não comentou as informações.A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que seria a promotoria responsável em casos como esse, e ainda não recebeu nada sobre o assunto. A Secretaria de Saúde disse, em nota, que aguarda parecer da Polícia Civil e que caso fique comprovada a participação de algum servidor, todas as medidas cabíveis serão adotadas. A pasta não detalhou quais são as penalidades.