Otávio Augusto
postado em 04/11/2016 19:49
O tempo de espera para o conserto de um equipamento da Secretaria de Saúde é de, em média, 150 dias. Relatório do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), divulgado nesta sexta-feira (4/11), concluiu que o serviço de manutenção na capital federal é precário. Além das falhas na infraestrutura, o órgão destaca problemas no pagamento dos serviços, como adiantou a coluna Eixo Capital, na edição impressa do Correio. Entre outubro de 2015 e março deste ano, o Executivo local pagou R$ 53 mil por manutenções que não ocorreram. Outros R$ 439 mil foram destinados para reparos em equipamentos que estão funcionando.
Os contratos de manutenção cobrem cerca de 21% dos aparelhos da Secretaria de Saúde. Os inspetores do TCDF contabilizaram 365 máquinas quebradas. O panorama é de que 72% dos instrumentos oferecem riscos aos pacientes e profissionais. Os auditores constataram que os controles internos da pasta são fracos em 82,40% das situações.
A lista de equipamentos desativados é ligada, sobretudo, à área de cuidados intensivos. No Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), por exemplo, são 100 ventiladores pulmonares desativados por falta de manutenção. No Hospital Regional da Asa Norte (Hran), 11 incubadoras neonatais estão quebradas. No Hospital Regional de Taguatinga (HRT), esses mesmos equipamentos apresentaram falhas 13 dias após o conserto. No Hospital Regional de Ceilândia (HRC), 62% dos equipamentos com contrato de manutenção estão com defeito.
O relatório foi aprovado por unanimidade pelo plenário do TCDF. O Governo do Distrito Federal diz que não tem conhecimento do documento. Apesar disso, a Secretaria de Saúde reconhece que apenas 21% dos 100 mil equipamentos têm contrato de manutenção ; em média, são 80 mil aparelhos sem contrato de reparos. Por ano, são gastos R$ 60 milhões com o serviço. Desde 2013, 86 processos para contratação de empresas que realizam manutenção preventiva e corretiva estão em andamento.
;Enquanto não ocorre o fechamento dos contratos, questões pontuais de falhas nos aparelhos são resolvidas por meio de procedimentos mais céleres, como o uso de orçamento descentralizado das unidades de saúde e da Verba de Contrapartida recebida de instituições de ensino;, rebate a pasta, em nota.