Otávio Augusto
postado em 30/11/2016 06:00
Ela precisa de um remédio que custa R$ 30 mil para tratar um câncer raro, o carcinoma medular pouco diferenciado. Há seis meses, a professora Rosana Vitelli, 52 anos, que o leitor do Correio conheceu na edição de ontem, vive um drama sem acesso ao medicamento Vandetanib. O Executivo local reconhece que o estoque ficou zerado por pelo menos cinco meses. A Secretaria de Saúde, porém, após a publicação da reportagem, entregou uma caixa do insumo à moradora da 415 Sul. A quantidade é suficiente para um mês, mesmo sendo de uso contínuo. A pasta não deu detalhes da aquisição.
Entre 27 de junho e 28 de novembro, segundo a Secretaria de Saúde, não havia um exemplar do medicamento. Entretanto, antes, em maio, o tratamento de Rosana já havia sido interrompido. Há pelo menos três receitas médicas vencidas. Na tarde de ontem, Rosana passou por uma consulta de acompanhamento da doença e ficou indisposta até o fim da noite. ;Respiro mais aliviada agora. Não é a solução definitiva, mas pelo menos por um momento estou com o remédio;, comemora Rosana.
A Secretaria de Saúde alega que o remédio que mantém Rosana viva não é padronizado, ou seja, não faz parte da lista de itens disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é comprado apenas sob decisão judicial. Desde o ano passado, a professora aposentada tem a autorização da Justiça para receber o insumo. O Correio apurou que a pasta compra a medicação a cada seis meses. Antes de retomar o tratamento, ela passará por exames para medir a evolução do câncer. Amanhã será a primeira consulta.
A pasta garante que, no fim de fevereiro ; quando o estoque era suficiente para quatro meses ;, o Núcleo de Judicialização iniciou a nova aquisição. Porém, não explica a falha, tampouco como, em apenas um dia, a disponibilização do remédio foi viabilizada. O caso de Rosana está judicializado desde setembro de 2014. Com um câncer altamente agressivo, ela viu o tratamento ser interrompido pela segunda vez. No ano passado, houve ocasiões em que a terapia ficou parada por até quatro meses.
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