A Esplanada dos Ministérios amanheceu com as marcas do protesto violento da noite desta terça-feira (29). Um carro incendiado por manifestantes ainda estava no local, e era possível ver, em alguns pontos, restos das bombas usadas pela Polícia Militar para dispersar a população. Funcionários terceirizados do Ministério da Educação estavam limpando a fachada do prédio, destruída durante o ato. As vidraças foram quebradas. No hall de entrada principal monitores de computadores, televisores, caixas eletrônicos e até elevadores foram danificados.
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O Ministro Mendonça Filho declarou que, o protesto passou dos limites. ;Todo mundo tem direito de protestar mais é claro que dentro dos limites. O protesto atender princípios que preservem a integridade física das pessoas, o direito de ir e vir, e principalmente da preservação do patrimônio público que foi totalmente destruído;, lamentou.
Mendonça descreveu a ação como um ;ato de barbárie;. ;Foi vandalismo puro e condenável. Não podemos aceitar esse tipo de intolerância. É uma demonstração de pessoas que usam a democracia de forma a distorcer todas as bases e respeito ao próximo. Vamos pedir punição dos culpados e que a Polícia Federal identifique pelas imagens;.
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, também esteve na Esplanada dos Ministérios e lamentou o ocorrido. ;Entendemos que as pessoas tem direito de manifestar que é legítimo. O que não pode ocorrer foi o que assistimos. Um determinado grupo com a intenção de causar destruição;, disse.
O governador relatou que ainda não foram feitos cálculos dos prejuízos causados pelos estragos. ;O protesto chegou num nível de radicalização máxima, a depredação do patrimônio público é inadmissível. Agora vamos trabalhar para identificar os culpados por esse cenário;, garantiu.
A Secretária de Segurança Pública do DF, Márcia Alencar, defende que não houve falha no plano de segurança. ;Tivemos quatro reuniões com grupos de manifestantes anterior aos protestos de ontem. Fica claro que quem causou a depredação não participou desses encontros e veio com a total intenção de causar desordem;, amenizou. Cerca de 1mil policiais estavam escalados para garantir a segurança. ;Os cálculos foram feitos dentro da expectativa. Agora vamos trabalhar intensamente na identificação dos autores;, garantiu.
Repúdio
A comunicação do GDF publicou uma nota de repúdio aos ;atos de vandalismo e de barbárie cometidos no decorrer do dia de hoje (ontem) em frente ao Congresso Nacional e na Esplanada dos Ministérios. ;Destruir o patrimônio público, desrespeitar as instituições e agir com vandalismo não é, de modo algum, postura de quem quer se manifestar democraticamente;, afirmou o GDF no texto.Ainda segundo a nota, ;as forças de segurança trabalharam de forma integrada. Quatro pessoas foram conduzidas à delegacia, cinco ocorrências de dano foram registradas na Polícia Federal. O Corpo de Bombeiros registrou 40 atendimentos, todos casos sem gravidade. A Polícia Militar agiu dentro dos padrões técnicos para o enfrentamento desse tipo de situação e procurou preservar o patrimônio e a segurança das pessoas;. O GDF garantiu que as ações de dano ao bem público serão investigadas.
A união Nacional dos Estudantes (UNE) também se manifestou. A entidade soltou uma nota contra a ;violência policial em Brasília;. ;A União Nacional dos Estudantes afirma que a manifestação organizada pelos movimentos estudantis e sociais neste dia 29 de novembro em Brasília foi um ato pacífico, democrático e livre contra a PEC 55. Não incentivamos qualquer tipo de depredação do patrimônio público;, garantiram.
Na nota, representantes da Une se disseram perplexos com a ação da PM. ;O que nos assusta e nos deixa perplexos é a polícia militar do governador Rolemberg jogar bombas de efeito moral, gás de pimenta, cavalaria e balas de borracha contra a estudantes, alguns menores de idade, que protestam pacificamente. Esse é o reflexo de um governo autoritário, ilegítimo e que não tem um mínimo de senso de diálogo;, acusaram.