Paula Andrade
postado em 03/12/2016 07:00
Com remédios para apenas mais cinco dias, a dona de casa Luana Afonso do Nascimento está numa corrida contra o tempo para salvar a vida da filha Geovanna Gabriely, 4 anos. Há dois meses, a Secretaria de Saúde do DF (SES) parou de fornecer o medicamento que a menina precisa para amenizar as convulsões e calafrios decorrentes do hiperinsulinismo congênito. Segundo a pasta, o estoque de diazóxido acabou e não há previsão de quando a compra poderá ser feita.
;Sem esse remédio, minha filha pode morrer a qualquer momento. Estou desesperada;, enfatizou a mãe da criança. Geovanna, assim como outros dois irmãos, nasceram com a doença que provoca o excesso de insulina no corpo. Ela foi a única que sobreviveu e precisa tomar diazóxido para controlar os sintomas que sofre desde bebê. Com o tratamento adequado, será possível evitar danos cerebrais causados pelo mal.
[SAIBAMAIS]Em janeiro deste ano, a caçula da família, Maria Isabelle, 2, morreu depois de ficar sem o medicamento. ;Ela começou a inchar, nós a levamos para o hospital, mas, na madrugada seguinte, ela não resistiu;, contou a mãe, que tem mais dois filhos que nasceram sem a doença e fazem acompanhamento psicológico em razão das perdas.
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Decisão judicial determinou que a secretaria forneça a droga à menina. Em nota, a pasta informou que não há data para finalizar o processo de compra da medicação. ;Em março, por exemplo, a paciente recebeu 34 caixas do medicamento, ao custo total de R$ 53.031,92. No momento, tramita na pasta a aquisição de um novo lote de medicamentos para esta paciente;, detalha a nota. O GDF também informou que, em 2015, foram gastos cerca de R$ 5,9 milhões para responder a todas as determinações judiciais recebidas. O dinheiro foi usado na compra de medicamentos e com outros pedidos.
Sofrimento
O hiperinsulinismo congênito (CHI) é uma condição em que o pâncreas produz muita insulina em vez de muito pouco, como ocorre no diabetes. Em janeiro, devido ao período que ficou sem medicação, Geovanna foi internada no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Embora a família alegue que a menina vinha sofrendo convulsões, a entrada na unidade de saúde teria sido preventiva, para ela fazer exames e ter acompanhamento médico. Após conseguir doações na internet, ela foi medicada e teve alta em dois dias.
A dona de casa pretende novamente pedir ajuda nas redes sociais para comprar caixas do remédio ; cada uma custa R$ 740 e, atualmente, dura apenas cinco dias. Antes, durava 10 dias. ;Tivemos que dobrar a dosagem nos últimos meses porque a doença piorou;, contou. Luana informou que alertou a Defensoria Pública sobre o descumprimento da decisão judicial. ;Estamos fazendo uma página no Facebook. Não posso mais esperar. É a vida da minha filha que está em risco;, lamentou.
Como doar
Caixa Econômica Federal
Banco 104
Agência: 1386
Operação: 013
Conta-corrente: 1195-3
Ronildo Eugênio Dias
CPF: 092622136-11