Jornal Correio Braziliense

Cidades

Além das plantas: viveiros de Brasília oferecem possibilidades diversas

Um mundo à parte se forma em meio às mudas, à terra, aos vasos, às sementes e, quem diria, a um ateliê e até mesmo a um café

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Ao lado de vias movimentadas, em cada viveiro de Brasília, existe um universo que contrasta com o branco do concreto de Niemeyer e com o cenário de carros e cenas da vida urbana. Um mundo à parte se forma em meio às mudas, à terra, aos vasos, às sementes e, quem diria, a um ateliê e até mesmo a um café. Para encontrar esse refúgio em um lugar comercial, não é fácil. Nem mesmo alguns funcionários do Polo Verde do Lago Norte sabem que, nos fundos do Viveiro de Mudas Aroeira, a vegetação divide espaço com as comidas naturais, arte, troca de experiências e aprendizado.

;Saímos do simples comércio de plantas para vender sonhos. Por isso, fizemos um pequeno lago na entrada do viveiro, por exemplo. Percebemos que as pessoas queriam ficar aqui, não só comprar e ir embora;, explica o dono do empreendimento, Ido Pellicano, 52 anos. Uma visita ao viveiro precisa ir além da porta de entrada. Tem que extrapolar o espaço do caixa. Ali ficam o café Aroeira e o ateliê Suculentas e Tal. Bastam só alguns minutos para a energia acolhedora do ambiente conquistar o visitante.
[SAIBAMAIS]
Mesmo para os que não estão interessados em uma suculenta ou uma orquídea para um jardim particular, frequentar o Polo Verde do Lago Norte pode ser um programa agradável. Uma alternativa para quem gosta de arte, de plantas, de respirar ar puro, de sentir o cheiro da terra molhada e de tomar um bom café acompanhado de comidas caseiras.

Gastronomia

Ali tem uma goiana que ama cozinhar. Especialista em gastronomia, elaborou um cardápio com quiches, saladas no pote, brownie de laranja e framboesa e iogurte natural, um dos preferidos na casa. ;A gente compra o leite de uma fazenda da região. É tudo fresquinho;, conta Valdeon Santana Ferreira, 34, filho de Luciene Ferreira Santana, 59. Para os amantes de café, tem o de máquina e o tradicional, coado.

Logo ao lado, uma oficina aberta e convidativa para quem gosta de cores. ;Queria ter um ateliê dentro de um viveiro, com essa energia bucólica, sem fronteiras;, lembra a paisagista Telca Maria Malheiros, 58. Em meio às pedras coloridas de mosaico, ela reúne os alunos para ensinar arte e, principalmente, para socializarem. ;É um lugar para as pessoas se encontrarem;, conta. No decorrer das aulas, as vantagens de estar tão perto da natureza aparecem: chegam os caminhões de São Paulo, carregados de orquídeas, e os pássaros entram e decidem participar.

Cursos

No Viveiro de Mudas Aroeira, também tem cursos de história da arte, oficinas de mosaico, de desenho à mão livre, técnicas de jardinagem.

A designer de interiores Cecília Barboza, 57, estava acostumada a frequentar a loja para realizar projetos de paisagismo até reencontrar Telca, amiga da pré-adolescência, para fazer curso. ;É um lugar de harmonia, da arte do encontro, embora haja tantos desencontros na vida;, diz, parafraseando o poeta Vinícius de Moraes. Cecília transformou as aulas de mosaico em terapia.

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