Nascida em Brasília, e filha do cenário musical da cidade, a banda Eixo, compõe a nova cena do rock alternativo da capital federal. Com apenas um ano de existência, essa galera já coleciona um monte de histórias que dão orgulho de contar. Nicholas Capdeville (vocal), João Caffarelli (guitarra e vocal), Gabriel Robin (guitarra), Marcos Matias (baixo e vocal) e Hamilton Ferrari (bateria) fazem um som diferente, de forma independente, composto por vários subgêneros musicais.
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Amigos desde adolescentes, a ideia de criar um do grupo musical tinha um único foco: se divertir. Mas as coisas tomaram outro rumo. "A gente não tinha muitos planos. Tocávamos por diversão mesmo", comenta Nicholas Capdeville. Com o passar do tempo, o grupo percebeu que poderia se firmar, de fato, como banda. O desejo compartilhado por todos, de começar a trocar músicas de autoria própria, foi o gatilho. Em pouco tempo surgiu o batismo, que surgiu (adivinha) em homenagem ao Plano Piloto. "Precisávamos de um nome que nos desse uma referência. Eixo retrata bem o local;, afirma João Caffarelli.
De vez em quando, o quinteto era chamado para tocar em festas, na casa de amigos. Depois, passaram a ser convidados para eventos maiores, como, por exemplo, o show do Criolo. "Quando começamos, não imaginávamos que tocaríamos num evento como a Funfarra, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)" diz Nicholas, que garante: "nos sentimos recompensados".
Ao todo, os rapazes já fizeram nove shows DF afora. As 12 músicas de autoria própria são os xodós da trupe, é claro. Porem, a composição é individual. "A gente não compõe junto. Cada um traz seu projeto e nós adaptamos", conta Gabriel Robin. A canção Eclipse foi uma das poucas exceções. Aliás, coincidência ou não, ela é a menina dos olhos do grupo. Tanto é que deu nome ao primeiro EP dos garotos, ainda em fase de produção. Dentre as favoritas do álbum estão Onde você não pode ver, Provocante e Reflexo.
Independentes
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O EP está sendo gravado desde o início do ano. O processo é lento mesmo, mas tem um porquê. As gravações independentes exigem um trabalho e um tempo maior, segundo eles. "Gravar um disco é muito caro e optar por fazer o serviço em casa não é fácil. Esta tem sido uma das nossas maiores dificuldades", afirma João.
A banda ainda não se apresentou pensando em retorno financeiros. Logo, todo EP está sendo custeado pelos próprios integrantes. Além dos perrengues econômicos, os jovens têm de lidar com um problema clássico: a falta de um espaço bacana para tocar. "É uma dificuldade, fazer com que os ambientes abram um local pra gente tocar. Existe uma visibilidade maior para as bandas que fazem cover;, relata Gabriel. O guitarrista acredita que os empresários tenham receio em relação ao conteúdo autoral.
Como inspiração, o grupo carrega alguns artistas na bagagem. "Temos uma sonoridade semelhante a do Red Hot Chili Peppers e Arctic Monkeys, por exemplo", comenta Gabriel. Contudo, garante: também gostam de artistas consagrados, os filho de Brasília, como Legião Urbana e Capital Inicial.
A capital do rock
A banda Eixo acredita que, por estarem imersos no cenário de rock em Brasília, tenham facilidade na expansão do conteúdo artístico. "O rock da cidade tomou outras proporções, com as novas bandas, como Scalene, Dona Cislene, Alarmes. Eles cresceram e parece que todos estão subindo juntos;, comenta Marcos Matias.
;Fomos beneficiados por estarmos aqui na capital. Mesmo que indiretamente", comenta Hamilton Ferrari, o batera. "As bandas que estão no auge têm abrido um espaço maior para outras, que ainda estão no início do caminho;, diz Gabriel, que agradece sempre pelas chances. Aliás, a Eixo inteira é só gratidão. E rock n;roll.
*Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli